O Voo da LONDON

 

Começa a Odisseia de Rhodan

 

CICLO MORDRED

4

O VOO DA LONDON

 

POR

NILS HIRSELAND

 

IMAGEM DA CAPA

RAIMUND PETER

 

 
 

Título Original:

Der Flug der LONDON

 

Tradução:

Paulo Lucas

 

Revisão:

Márcio Inácio Silva

Marcos Roberto

 

Formatação final para liberação no Projeto Traduções:

Márcio Inácio Silva

 

Capa em português

Manuel de Luques

 

Conversão para os formatos ePub, PDF e Mobi:

José Antonio

Publicação não comercial

 

 

O projeto Dorgon — ciclo Mordred — é uma publicação não comercial do PERRY RHODAN ONLINE CLUB e. V.

 

A tradução para o Português do Brasil é feita com autorização de Nils Hirseland.

 

Perry Rhodan® é uma marca registrada

Verlagsunion Erich Pabel – Arthur Moewig KG (VPM KG), Rastatt, Germany,

Star Sistemas e Projetos Gráficos Ltda., Belo Horizonte, Brasil

 

www.projtrad.org/dorgon

dorgon@projtrad.org

O que aconteceu até agora

 

Nós escrevemos a partir de outubro do ano 1285 NCG. Três anos e meio se passaram desde o incidente em Mashratan onde, sob circunstâncias misteriosas um comando de fogo foi acionado e houve um bombardeio do distrito governamental do Coronel Kerkum. Perry Rhodan, em seguida, sofreu a perda dolorosa de Cauthon Despair e cinco outros camelotianos.

A situação na Via Láctea ainda está tensa, porque os impérios estelares se encontram desconfiados.

Durante este tempo, a debilitada Liga Hanseática Cósmica, com uma nova espaçonave de luxo de superlativos, para chamar a atenção para si mesma, convidou para a grande viagem.

É o voo da LONDON…

 

Personagens principais deste episódio:

Perry Rhodan — O imortal começa uma odisseia.

Rosan Orbanashol – A jovem mestiça arcônida está localizada numa “gaiola de cristal”.

Wyll Nordment – Um oficial fanfarrão da LONDON.

Sam – Um diplomata de Siom Som.

James Holling – Capitão da LONDON.

Vater Dannos – O guru da seita que quer ascender à fonte de matéria.

Attakus, Spector e Thorina Orbanashol – A terrível família de Rosan.

Arno Gaton – O porta-voz hanseático é o iniciador da viagem da LONDON.

Capítulo 1

A partir das crônicas

 

No início deste ano, 1283 NCG, eu choro por uma amiga falecida. Gazh Ala Nagoti el Finya tinha morrido num bombardeio em Mashratan. Com ela também seu suposto salvador Cauthon Despair, um menino de apenas dezoito anos, por sua própria iniciativa no ano 1275 NCG Gazh Ala foi uma vez salva das garras do coronel Kerkum.

As salvas mortais tinham se originado da frota da LTL e as vinte e quatro espaçonaves de Camelot. Em retrospecto, ela havia emergido como um erro. Ainda não estava claro quem havia dado a ordem fatídica. Através dos diários de bordo das duas frotas provou-se que Cistolo Khan e ainda muito loucamente, tinha dado a Perry Rhodan, as ordens correspondentes. Mas nenhum membro da tripulação conseguia se lembrar de uma ordem correspondente. Nos meses seguintes, as sintrônicas foram cuidadosamente examinadas. No relatório final, tanto a LTL como Camelot escaparam por um mau funcionamento.

A escaramuça ceifou a vida de 127.348 mashratanos. As perdas da LTL foram 63 almas. Numerosos fortes espaciais do sistema de defesa mashratano haviam sido destruídos. A LTL tinha tomado a oportunidade de realizar ataques avançados contra instalações militares, enquanto Camelot tinha definido o fogo após alguns instantes.

Homer G. Adams havia me relatado em confiança de que ele assumiu uma sabotagem. Mas quem estava por trás disso, ainda não foi determinada. Além disso, não sei por que a ordem para atacar foi dada.

Desde aquela época, um embargo foi aplicado contra Mashratan, pelo menos por parte da LTL e o fórum Raglund. O Império de Cristal, no entanto, apoiava Mashratan, mas salientava a sua neutralidade. O coronel Kerkum tendo sobrevivido ao ataque, já não era tão combativo como antes. Tornou-se tranquilo em torno dele. As sanções e à cessação das relações comerciais com a Liga Hanseática Cósmica e as Indústrias Shorne significaram um golpe financeiro sensível ao déspota.

E as empresas terranas tiveram perdas elevadas. Os mercados não ficaram satisfeitos com o encerramento da cooperação com Mashratan. Também as reformas sociais nas regiões subdesenvolvidas da LTL — mundos membros ou associados foram reconhecidas pelos mercados com os preços das ações em queda. Que loucura! Desde que o governo da LTL finalmente fez algo de bom, e fortaleceu os direitos dos outros e isto levou a perdas nos mercados de sinistros, que foi considerado, aos olhos de alguns, como as superinteligências galácticas. Eu esperava que o lucro como critério de prosperidade, logo perdesse a sua importância.

Agora, a Liga Hanseática tentava se reabilitar com um novo projeto. A construção da LONDON foi concluída em abril do ano 1285 NCG. A grande espaçonave de luxo deve liberar dinheiro nos cofres da Liga Hanseática e fortalecer a sua reputação novamente como uma potência comercial galáctica. Eu mesmo recusei-me a uma viajem nela, mas eu sabia que alguém de Camelot estava ansioso para voar com ela porque eu sabia que ele tentava trabalhar com um diplomata particular.

Era outubro de 1285. O voo inaugural da LONDON em todo o Grupo Local era iminente.

Jaaron Jargon.

Capítulo 2

Camelot

04 de outubro do ano 1285 NCG

 

O sol Ceres desapareceu lentamente atrás do firmamento. O céu sobre Camelot, o ex-mundo Fênix dos livres-mercadores, era negro. As estrelas, no entanto, doavam luz na escuridão. As duas luas Charon e Styx se penduravam em forma de foice no céu escuro.

De vez em quando, escaleres espaciais ou caças rompiam a visão idílica que o firmamento noturno oferecia.

Perry Rhodan estava sentado no terraço de seu bangalô numa velha cadeira terrana de balanço. Gucky lhe tinha dado esta cadeira há muitos anos. Rhodan sorriu. Ele tinha que pensar no que o ilt havia dito a ele: — Na sua idade, a pessoa simplesmente precisa de algo semelhante.

A impertinência de Gucky era ao mesmo tempo do tipo amável, e ainda original.

O imortal olhou para o céu. Ele observou quando um escaler voou para espaçoporto em Port Arthur. Ele era em forma de disco e bem iluminado. O campo antigravitacional foi ativado quando o propulsor ficou em silêncio. Lentamente, o escaler deslizou do horizonte até o espaçoporto, no campo de pouso cercado pelas luzes piscando. Um baque surdo pôde ser ouvido até o bangalô de Rhodan, quando a espaçonave pousou. Alguns segundos mais tarde, subiram dois jatos hunter ao céu para ir em patrulha.

No fundo a cidade, os gigantescos picos montanhosos se projetavam.

Rhodan muitas vezes teve que pensar sobre as montanhas da Terra, como o Monte Kilimanjaro, o Matterhorn ou a mais alta das montanhas terranas, o Monte Everest. Ele sentia falta de seu planeta natal. Embora ele não o admitisse abertamente, o comportamento ingrato e hostil da população terrana durante os últimos 50 anos tinha o afetado profundamente.

No entanto, ele não era o homem que sentasse resignadamente em algum lugar e chorasse. Juntamente com seus companheiros, ele fundou o Projeto Camelot.

Os motivos de Rhodan eram de natureza diferente. Por um lado, ele queria ter um trabalho novo, por outro lado, ele não confiava na competência da LTL, o Império de Cristal e do Fórum Raglund. Camelot era para ser uma proteção para a Via Láctea.

Então Camelot tornou-se um novo lar para os imortais. Mas Rhodan não via muitos deles há anos.

Rhodan olhou para o céu, as estrelas brilharam. Ele gostava deste momento enquanto bebia um copo de leite. Bully teria alegremente zombado desta visão certamente engraçada, porém, Rhodan, ao contrário de Reginald Bull, não ficava tão frequentemente bêbado. O chip ativador celular não impedia a intoxicação alcoólica, mas somente os efeitos secundários da substância intoxicante, se o suficiente fosse consumido.

Além disso, Perry Rhodan simplesmente não estava a fim de beber um Vurguzz. Então ele esvaziou o copo de leite e se levantou. Considerando que foi ficando frio no terraço, ele entrou em sua sala de estar. Um toque de tristeza apoderou-se dele. Ele estava sozinho. Seu filho Michael estava perdido juntamente com Julian Tifflor por quase 50 anos. A sua filha Eirene tinha desaparecido com a sua mãe Gesil atrás das fontes de matéria. Ele provavelmente nunca as veria novamente.

Rhodan entrou numa pequena sala ao lado, onde ficava um sistema de trivídeo. Ele deu algo a sintrônica e um retrato de uma mulher apareceu.

Ela era bonita. O longo cabelo branco cobria seus ombros. Os olhos arcônidas brilhavam em fogo vermelho. Seu corpo era de tirar o fôlego e seu rosto era inocente e sedutor ao mesmo tempo. A mulher na antiga foto 3D era Thora.

Ele olhou para o holograma por um tempo, então desativou o sistema. O intercomunicador zumbiu e o trouxe para fora de sua melancolia. Rhodan dirigiu a ligação para a sua sala de trabalho. Lá, o rosto magro de Xavier Jeamour, o comandante do cruzador rápido FREYJA apareceu.

O que é, Jeamour?

Desculpe o incômodo. Eu só queria anunciar que a FREYJA estará pronta para amanha de manhã.

Rhodan sorriu sobre a exatidão do comandante. Xavier Jeamour algum dia conseguiria o comando da espaçonave de 1.000 metros de diâmetro IVANHOE, que foi construída juntamente com a sua espaçonave irmã TAKVORIAN em órbita sobre Fênix. Jeamour era um terrano consciencioso, que vinha da região da Bélgica, o que fazia questão de enfatizar, para não ser jogado com o povo do Estado Federal da França numa mesma panela.

Obrigado. O objeto já está na Terra?

Sim, senhor! O pássaro está no ninho! No verdadeiro sentido da palavra.

Muito bom! A cabine da espaçonave de luxo está reservada? O cartão de identificação criado?

O Serviço Secreto completou tudo. Você está registrado sob o pseudônimo de Refrald Bollk. Um jornalista que quer entrevistar o diplomata de Somer e escrever um artigo sobre a viagem inaugural.

Se o bom ganhador do prêmio do Galacticum soubesse que nós queremos aproveitá-lo para Camelot...”, pensou Rhodan. — Bem, obrigado, Xavier Jeamour. Até amanhã. Boa-noite.

Boa-noite — o comandante meio careca terminou a ligação.

Rhodan ainda estava pensando um pouco sobre o empreendimento no dia seguinte. Ele tinha concebido o plano exclusivamente para ganhar o diplomata somerense Sruel Allok Mok para Camelot.

Mok era um somerense com plumagem azul. A sua aparência o lembrava das há muito tempo extintas águias americanas, que ele ainda pudera admirar em sua juventude. Naquela época, ele tinha sonhado em balançar como a grande águia nos ares, e de ser capaz de desfrutar de total liberdade nas nuvens. Seu sonho de voar de fato se tornou realidade, mas a liberdade ilimitada para ele foi mais longe do que nunca. Um momento em que ele se deixou afundar e fechou os olhos. Novamente o povo somerense lotou a sua consciência. As suas iniciais eram S.A.M. — então, ele também fora chamado por muitos terranos de Sam, o que de fato também era o nome da águia americana. Mok não tinha nada contra esta designação, pelo contrário, ele muitas vezes apresentara a si mesmo como Sam.

Este ano lhe foi concedido o prêmio Galacticum por realizações culturais excepcionais. Sam era muito importante para o entendimento e tentava reviver as atividades do Galacticum. Ele havia passado muito tempo na Via Láctea e se sentia tanto como galáctico, bem como estartunense.

Muitas vezes, havia atritos entre as caravanas de comércio da nova federação estartunense e corporações da LTL.

Sam sempre tinha conseguido até agora resolver essas diferenças. Além disso, o somerense expressava publicamente simpatia por Perry Rhodan. Muitas vezes, o suficiente, ele havia assumido a proteção do imortal. Ele aparentemente tinha uma opinião elevada sobre os portadores de ativador celular. Essa também era outra razão pela qual Perry Rhodan queria recrutar o somerense. Atlan e Bully haviam-no repetidamente aconselhado contra isto.

Perry sorriu. Ele tinha que pensar nas palavras de Bully. Seu mais antigo amigo disse que era muito perigoso navegar sem proteção numa espaçonave de luxo da LTL por todo o Grupo Local. Mas Perry Rhodan adorava o confronto e a aventura.

Por muito tempo ele tinha feito nada mais. Ele havia construído Camelot atrás da mesa e raramente tinha estado fora do sistema.

Ele estava sedento por uma pequena aventura, e, além disso, ainda estava curioso sobre a mais recente conquista da Liga Hanseática Cósmica, a LONDON. Esta enorme espaçonave devia ser a nova espaçonave capitânia da Liga Hanseática. Com mais de 15 mil passageiros a bordo, tinha uma capacidade considerável. Ela foi equipada com os mais recentes projetores metagrav. Portanto, a LONDON tinha uma alta velocidade e longo alcance. O porta-voz sênior da Liga Arno Gaton já havia anunciado que esta espaçonave faria história.

Homer G. Adams havia recebido a notícia da espaçonave de cruzeiro final com menos emoções positivas. Ele era da opinião de que um sucesso era garantido para Gaton e, portanto a Liga Hanseática Cósmica. Como chefe da empresa rival TAXIT, Adams tinha, portanto, que reagir preocupado. Rhodan não se importava. Ele não invejava a conquista da Liga Hanseática. E por que não? Finalmente, os terranos da LTL não eram inimigos dos imortais, mesmo se eles não se entendessem bem no momento.

Sam participaria do voo inaugural. Por isso mesmo foi que Perry Rhodan reservou. Bem ali, a bordo da LONDON, Perry Rhodan queria ganhá-lo para Camelot.

A única razão pela qual, no entanto Atlan e Bully finalmente se convenceram, era que Sam rejeitava categoricamente quaisquer conversações com negociadores de Camelot. Ele deixou claro que unicamente iria se juntar a Rhodan pessoalmente.

Rhodan chegou a essa atitude apenas com certeza. Isto o puxou novamente. Uma viagem através do Grupo Local era exatamente a coisa certa para ele.

Rhodan estava determinado a trazer até mesmo o somerense de volta para Camelot. Sam era um tranquilo e capaz embaixador estartunense. Ele era até mesmo altamente considerado no Império de Cristal. Rhodan acreditava firmemente que tal aliado era importante para Camelot.

Capítulo 3

A LONDON

 

Essa era a hora do porta-voz Hanseático Arno Gaton. Nesses momentos, ele trabalhou por muito tempo, fechou muitos acordos, anulou princípios e aproveitou a oportunidade. Ele foi oprimido pelo número de visitantes que estava reunido naquele momento no salão de baile no estaleiro espacial SUSSIX.

Cerca de 3.000 para 4.000 convidados de honra foram convidados para este 05 de outubro do ano 1285 NCG, para testemunhar o espetáculo. O estaleiro espacial SUSSIX, em órbita da Terra se encheu com políticos, jornalistas, artistas, atletas, atores, empresários, aristocratas e outros dignitários de toda a Via Láctea.

Os convidados de honra da noite estavam presentes num palco. A Primeira Terrana Paola Daschmagan e o comissário da LTL Cistolo Khan estavam sentados numa mesa e foram fotografados pelos repórteres. Inúmeros acionistas hanseáticos se reuniram em torno dos dois. Todos queriam um pedaço da fama que Arno Gaton já havia adquirido.

Então veio a grande entrada do principal porta-voz hanseático. Arno Gaton entrou no palco sob uma tempestade de aplausos.

Ele deixou a euforia interagir um pouco sobre si. Ele estava orgulhoso de si mesmo. Há muito tempo, ele vinha trabalhando para chegar ao topo. Agora que ele tinha feito isso por meio da LONDON.

Um terrano de 94 anos de idade tinha agora se tornado o CEO da Liga Hanseática Cósmica. Assim, ele seguira os passos de seu pai, que também tinha sido um porta-voz hanseático. Após a sua morte, ele tinha herdado, como o único filho, toda a fortuna e tornara-se um dos principais acionistas da Liga Hanseática sobre as ações de seu pai.

Com a idade de 80 anos, ele fora eleito para o conselho fiscal e, eventualmente, tornara-se porta-voz hanseático. Em seguida, apenas dez anos mais tarde, ele então deu o salto para o topo e se tornara o presidente do conselho fiscal e, portanto, o porta-voz mais importante da Liga Hanseática.

Até mesmo a publicidade negativa do caso Mashratan não o prejudicara realmente. Gaton sabia que ninguém poderia ameaçá-lo no topo da Liga Hanseática. Ele era muito poderoso.

Ele passou a mão pelos seus cabelos ralos e se certificou que os cabelos restantes estavam certos.

Desde que lhe veio a ideia da LONDON, ele tinha investido vários trilhões de galax nisto, mas estava absolutamente certo sobre o sucesso da LONDON. Para ele, só o lucro estava em primeiro lugar. E a LONDON concederia um brilho totalmente novo à marca “Liga Hanseática Cósmica”. Após todas as décadas ruins e pressão dos mercados, as empresas concorrentes, quer se tratasse da questão das Indústrias Shorne, a Poder Econômico de Árcon ou os negócios da TAXIT, a LONDON iria catapultar numa hiperonda a Liga Hanseática Cósmica de volta a posição do topo.

Hoje, era o batismo da LONDON e, portanto, o seu dia!

Aos poucos, ficou tranquilo na sala. Gaton virou-se para o microfone e começou seu discurso.

Senhoras e senhores, eu saúdo calorosamente a todos vocês para a inauguração da espaçonave hanseática LONDON! A LONDON não é apenas mais uma espaçonave estelar da Liga Hanseática Cósmica, é a última espaçonave de cruzeiro em todo o Grupo Local! Os melhores engenheiros, designers, arquitetos e engenheiros da Liga dos Terranos Livres e da casa da Liga Hanseática Cósmica trabalharam por doze longos anos para a conclusão da LONDON. Isso mostra o quão a nossa companhia é confiável e flexível. Nem a TAXIT ou as outras empresas podem competir com a Liga Hanseática Cósmica. Através da LONDON, a Liga Hanseática Cósmica consolidará a sua posição de liderança na economia galáctica!

Aplausos subiram defronte aos terranos, enquanto os arcônidas, saltadores, blues e os tópsidas se mantiveram-se escondidos. Caso eles encontrassem o olhar de Gaton, teriam que finalmente admitir a sua derrota.

Doze anos atrás eu tive uma visão! Esta visão foi uma espaçonave que ofereceria ao viajante tudo o que ele poderia desejar. Uma ilha de luxo entre as estrelas. E este sonho hoje se tornou realidade sob a forma da LONDON! — Gaton continuou.

Alex Moindrew, o engenheiro-chefe e, portanto, o construtor da LONDON, foi até Arno Gaton no palco e entregou-lhe uma placa eletrônica na qual estavam registrados os dados principais da LONDON.

Gaton deu uma rápida olhada para o engenheiro discreto. O cabelo preto cinza de Moindrew estava penteado severamente. O imberbe olimpiano parecia agradável aos olhos e não negligente, como muito dos cientistas eram. Moindrew era apresentável.

A direita de Gaton estava o capitão da LONDON, James Holling, um plofosense de 175 anos de idade e o jovem terrano primeiro-oficial Wyll Nordment. Galton achava que eles eram um par desigual. O plofosense Holling com a sua barba branca-acinzentada e nariz bulboso exalava dignidade e experiência. Wyll Nordment, por outro lado, parecia um garoto com o seu comprimento médio, cabelo castanho, olhos azuis e um rosto jovem. No entanto, o terrano do estado federal dos EUA com seus 22 anos ainda bem verdes atrás das orelhas. Mesmo que ele se destacasse por uma educação brilhante e tivesse esperança para ser o futuro sucessor como comandante da LONDON, então Gaton já não sabia avaliar adequadamente. O homem já era adequado para esta posição? Se ele já passou por Holling, Gaton o deixou na convicção. Por enquanto, pelo menos.

Arno Gaton sorriu para a multidão.

Alex Moindrew, o designer técnico da LONDON acaba de me dar uma placa com uma série de detalhes técnicos sobre a LONDON. No interesse de todos, eu vou poupá-los da tagarelagem técnica e chegar ao que é essencial.

Atrás de Gaton havia uma grande janela de observação. As janelas foram tingidas de preto. Atrás dela, a LONDON se escondia em seu estaleiro. A construção da LONDON fora realizada sob o máximo sigilo. A Liga Hanseática havia dispensado até mesmo um voo de teste, para que a mídia não pudesse relatar prematuramente sobre a aparência da espaçonave.

A LONDON, com 1.600 metros, é a mais longa espaçonave de cruzeiro da história da Humanidade. Ela tem uma largura de 554 metros e uma altura de 787 metros. A LONDON está equipada com os mais modernos projetores metagrav, tem um campo paratron, o melhor localizador – e equipamentos de rádio, que existem no século XIII do Novo Calendário Galáctico. O design da espaçonave é modelado num navio de cruzeiro marítimo. A LONDON dispõe de luxo e atividades de lazer, como os melhores parques de diversões da Via Láctea.

Desvaneceu-se a matização escura das janelas e lentamente a LONDON tornou-se visível. Uma suave melodia sinfônica soou; aumentou gradualmente e se tornou um hino majestoso para a LONDON.

A visão da LONDON fala por si mesma. Eu estou orgulhoso de apresentar para a Via Láctea, a maior espaçonave de cruzeiro do Universo: a LONDON — Gaton terminou seu discurso gritando.

Os espectadores tinham que ver a parte inferior em forma de crescente da LONDON primeiro. Em letras vermelhas, o nome estava estampado nela. A seção central era um disco plano no clássico “design disco voador”. — A área superior da LONDON estava coberta por uma enorme cúpula de vidro e se assemelhava a um antigo navio marítimo terrano.

Três torres, que atuavam como chaminés num velho marítimo de luxo, subiam ao ar. Entre a torre B e C, estava o salão estrela, uma sala redonda de 400 por 400 metros e uma altura de 137 metros.

Nas torres A e B, cabines de passageiros de diferentes categorias de preços, foram instaladas sob a forma de conveses, bem como jardins, instalações recreativas, holodromes e salas de jantar. A torre C conduzia à popa da LONDON. Havia as instalações técnicas, as salas da sintrônica, e partes da casa de máquinas que se estendia profundamente na LONDON e levavam ao propulsor.

Dois sugadores hipertrop foram integrados na proa e a popa do casco. Gaton notou um monte de rostos maravilhados e entusiasmados.

Naquele momento ele sentiu o objetivo de suas aspirações. Ele se perguntava como os mercados reagiriam à LONDON? Eles estariam satisfeitos? Eles tinham que estar. O índice de ações terranas, provavelmente, neste exato momento, estaria nas alturas graças à Liga Hanseática.

Depois que a multidão se acalmou, Gaton anunciou o batismo da LONDON por Paola Daschmagan.

Uma garrafa do vinho mais fino foi colocada num lançador estilizado. A atarracada Primeira Terrana fez um breve discurso e elogiou a Liga Hanseática Cósmica e seu presidente. Ela expressou a sua admiração pela espaçonave e soltou alguns golpes políticos habituais contra os seus adversários.

Em seguida, ela passou para a cerimônia solene e colocou a fórmula obrigatória enquanto apertava o botão de disparo da rampa: — Eu te batizo com o nome LONDON — disse ela. A garrafa foi catapultada da rampa e se dirigiu diretamente para a proa da LONDON, onde finalmente explodiu no casco cinza da LONDON. O público começou a aplaudir novamente.

No programa seguinte, também o capitão James Holling, e o engenheiro foram entrevistados.

Ambos elogiaram a espaçonave e sustentaram a peculiaridade desta espaçonave.

A LONDON voará em linha através do Grupo Local. Nós estabelecemos seis semanas para este cruzeiro. Queremos oferecer aos passageiros uma viagem longa e movimentada — explicou Gaton no final.

Seu grande dia correu na mais completa satisfação e a LONDON estava pronta para partir.

Capítulo 4

O comandante

07 de outubro do ano 1285 NCG

 

A majestosa LONDON pairava ao lado do estaleiro espacial SUSSIX em órbita da Terra.

Sobre a área de passageiros da LONDON, se destacava uma cúpula transparente. A parte superior foi projetada de modo que os passageiros pudessem ir para o “convés”. Ele foi dispensado de hologramas e holoandares. Os passageiros deviam ver verdadeiras estrelas no céu quando a LONDON saísse fora do hiperespaço. Muitas pequenas paradas foram planejadas, para que os hóspedes pagantes pudessem ver a maravilha cósmica do Grupo Local.

A LONDON possuía apesar de seu tamanho, somente um hangar menor, no qual foram alojados space-jets e escaleres.

O interior da LONDON foi projetado para o luxo, tinha sido preparado para atender a todas as exigências imagináveis dos passageiros. As cabines tinham um tamanho mínimo de cinquenta metros quadrados e foram projetadas especificamente para receber hóspedes. As suítes de luxo, por outro lado, tinham cerca de 200 metros quadrados. Com menos, as elites não ficariam satisfeitas. Inúmeros restaurantes e bares foram distribuídos na espaçonave. Muitas holossuítes, instalações de lazer, como piscinas, banhos de sol com sóis artificiais e muito mais a LONDON tinha a oferecer aos seus quase 15.000 passageiros. Vários artistas, músicos e companhias de teatro apresentaram seus produtos em exposições e peças teatrais.

A feira tecnológica-econômica galáctica apresentou inúmeras barracas com inovações tecnológicas e cabines de informações de muitas empresas. A construção da LONDON causou uma grande celeuma. Houve críticos suficientes que pensavam que a LONDON seria um fiasco. Mas as profecias da desgraça tinham morrido há dois dias. A LONDON foi o evento em outubro do ano 1285 NCG! Este 07 de outubro estava agora tão longe. A LONDON devia começar a sua jornada.

 

* * *

 

O capitão James Holling leu no visor do leitor de mídia, um artigo sobre Arno Gaton, que foi designado como “Empreendedor do Século”. Holling balançou a cabeça. Gaton colheu uma fama antes que a LONDON realmente tivesse deixado o Sistema Solar.

Sobre a política e a fama, a tripulação de Holling estava despreocupada. Eles estavam orgulhosos de servir a bordo da LONDON e preparados para a chegada dos convidados. Tudo o que eles queriam era fazer o seu trabalho tão bem quanto possível.

A tripulação da ponte era composta exclusivamente de astronautas da Liga Hanseática Cósmica e da Liga dos Terranos Livres. Para os trabalhos menos qualificados, como garçonetes, arrumadeiras, engenheiros e pessoal de serviço também seres extraterrestres foram empregados, os quais eram essencialmente muito mais baratos do que os terranos.

Apenas arcônidas não foram colocados. A administração hanseática queria evitar um escândalo, porque o Império de Cristal iria reclamar se um garçom arcônida tivesse que servir um terrano.

Para o comandante James Holling deveria ser seu último voo. Nascido em Plofos no ano 1110 NCG, homem de barba cheia já havia servido durante a ditadura de Monos como um jovem tenente na QUEEN LIBERTY, a espaçonave capitânia da ÁRIES de Homer G. Adams.

Holling olhou-se no espelho, de pé num nicho na central de comando. Ele puxou as extremidades do bigode no lábio superior, passou a mão sobre o seu cabelo grisalho cortado rente e examinou se a barriga não ficava chapinhando muito sobre as calças.

O cabelo e o uniforme se assentavam. Ele direcionou as medalhas no peito direito. Pronto!

Após a aposentadoria do plofosense na LTL, ele foi contratado como um comandante de cruzeiro — e espaçonave comercial da Liga Hanseática Cósmica. Ele também treinou pilotos espaciais e jovens cadetes da Liga Hanseática. O comando na orgulhosa LONDON devia ser o ponto culminante de sua longa carreira.

Ele também tinha uma necessidade urgente de se aposentar. Crescentes sinais de envelhecimento se tornaram mais e mais perceptíveis com seus 175 anos. Enquanto ainda não estava degenerado em senilidade, mas também o próprio Holling estava ciente de que, após o voo inaugural da LONDON tinha de ser o final.

Como um sucessor designado, Holling desejava seu primeiro-oficial Wyll Nordment. O plofosense deu uma olhada no esguio, e pequeno terrano com 1,75 metro, do estado dos EUA. Nordment tinha apenas 22 anos de idade e ainda assim ele tinha trazido atrás de si muita ambição e habilidade na formação como navegador. Talvez ele só tivesse o melhor professor em Holling, ponderou o plofosense com certa ironia.

Wyll que não teve uma vida fácil em seus anos de juventude. Ele cresceu em circunstâncias modestas e teve que lidar já aos 15 anos com a morte de seu pai. Isto tinha dilacerado a família. O contato foi interrompido com a mãe dele e Wyll fez seu caminho por si próprio como operário por dois anos em toda a LTL. Quando havia juntado dinheiro suficiente, ele se matriculou na Academia Hanseática. Lá, Holling conheceu o jovem terrano e tinha cuidado dele. Wyll era alguém que tinha uma vontade forte, e sempre alcançava algo, se necessariamente ele tinha a intenção de fazê-lo E, no entanto Nordment não era um tipo de carreirista implacável. Ele tinha um caráter forte e representava os seus princípios. E, além disso, ele era um excelente navegador e se dava bem com a tripulação.

Isto predestinava o jovem Nordment aos olhos de Holling como seu sucessor adequado.

Nordment usava um uniforme preto e branco agradável aos olhos, em parte também devia lembrar os marinheiros desde os tempos em que havia apenas navios de cruzeiro sobre a água. Alguns membros da tripulação se sentiam como num baile de máscaras e usavam os antiquados uniformes com humor. Holling achava que isto parecia bom.

Holling deixou a sua sede oficial no centro de comando redondo, bem iluminado, com as paredes cinza-metálicas. Levantou-se da cadeira de comando no centro da sala e olhou para os monitores, hologramas e consoles. O módulo de controle tinha um efeito anacrônico. Um velho leme redondo de madeira, decorado com placas de ouro e prata, e disposto com alças num círculo. Assim, as pessoas anteriormente tinham então controlado seus navios, antes da tecnologia moderna, de longe, desenvolveram-se métodos muito mais convenientes.

Holling tocou o leme e o virou levemente para a esquerda e a direita. Para fins de apresentação, ele realmente poderia ativar uma ligação com a unidade de controle. Assim, os visitantes na ponte deveriam ficar impressionados quando o LONDON mudasse de curso, controlada pelo leme. No entanto, ele o tinha desativado. Na maior parte do tempo a sintrônica iria controlar a LONDON.

Wyll ou o seu lugar-tenente Evan Rudocc, segundo-oficial, eram responsáveis pelo planejamento exato do curso tendo em conta as atrações turísticas desejadas por Gaton. O diminutivo irlandês era um homem correto e capaz, Holling o estimava. Apenas como um último recurso a LONDON poderia ser pilotada manualmente pela tripulação da ponte.

Holling considerava “seus” oficiais. Todos os homens, que ele, pessoalmente, atribuía grande importância. O que ele teve que escutar uma ou outra vez por haver rejeitado as candidatas mulheres. Que ele era um chauvinista, machista e sexista. Holling aceitou calmamente. As mulheres apenas distraíam a tripulação, ele pensava, e, no entanto, ele nunca falaria publicamente, simplesmente não tinham nada o que procurar na ponte de uma espaçonave. Ele nunca tinha se entendido com os outros comandantes e oficiais. Se também era o mesmo com eles.

Então ele olhou para seus “meninos” com orgulho. O magro e alto Garl Spechdt era o responsável, juntamente com o atarracado olimpiano Jon Maskott pela localização.

O restante da tripulação de comando consistia no oficial da reserva High Gellar, o operador de rádio Mugaba Sparks e os especialistas em segurança Bogo Prollig e Uto Lichtern. O epsalense Prollig era uma figura impressionante e alguém com quem era melhor você não disputar. Seu lugar-tenente Lichtern como Holling, veio de Plofos. Lichtern era visto como cínico e duro, mas igualmente correto quanto consciencioso.

Então, essa era a sua tripulação da ponte, com a qual ele iria vagar no Grupo Local nas próximas seis semanas.

Ele olhou novamente ao redor da central de comando. Ela tinha um efeito com as paredes metálicas cinza, o leme e os consoles com acessórios de madeira, tais como de outro milênio passado. Os hologramas, bem como os outros elementos técnicos da modernidade a tornavam provavelmente uma ponte única. Holling definitivamente gostava dessa “aparência retrô”. Este estilo permeava através de toda a espaçonave.

Holling olhou para a projeção holográfica que imitava uma janela de amplo panorama e viu quando as muitas pequenas espaçonaves transportadoras traziam os passageiros até a estação orbital. O número exato de passageiros seria 15.022.

Um grande número”, o comandante pensou.

A maioria seria alojada em grandes camarotes. Isto não era um problema que atormentasse a LONDON.

Ele olhou para a Terra. Os dispositivos de acoplamento para SUSSIX foram estendidos, enquanto um monte de espaçonaves alimentadoras atracou na estação orbital.

A LONDON tinha sido testada pela primeira vez ontem. Ela havia deixado o cais do estaleiro SUSSIX e voou em linha reta pelo Sistema Solar.

Os sugadores hipertrop, os projetores Grigoroff e o acumulador gravitraf tinham sido testados. O fator ultraluz da LONDON atingiu 79 milhões e, além disso, tinha com 1.317 km / s² uma maior aceleração do que a moderna espaçonave esférica da classe NOVA alcançava.

Assim, o porta-voz hanseático estava certo; no momento a LONDON era a espaçonave mais impressionante na Via Láctea.

Na rampa de encaixe havia um tráfico constante. O serviço de traslado e os planadores orbitais trouxeram a bagagem e muitas vezes também os passageiros até os terminais. Os aristocratas, políticos e outros “VIPs” fizeram o check-in num terminal extra para os passageiros de primeira classe.

A divisão em classes diferentes para o público agradou pouco, mas o preço de cabines da primeira classe eram astronomicamente alto.

Holling olhou a partir da central de comando, para a grande multidão. O Embaixador de Topsid e Archetz veio com uma grande comitiva e da mesma forma grande quantidade de escolta. Ele também acreditou reconhecer um iate espacial com insígnias arcônidas. Este era provavelmente o ônibus espacial dos Orbanashol.

Agora, os primeiros passageiros entraram na espaçonave gigante. O comandante virou-se para seu primeiro-oficial.

Wyll, é agora. Um dia histórico para nós começa hoje e para a Liga Hanseática Cósmica. — ele fez uma pausa e sorriu. — Após o voo inaugural você provavelmente vai assumir o comando e eu posso ir para a aposentaria bem merecida e indo para os duzentos...

Nordment também sorriu. — Estou ciente da honra que será para mim, mas eu nunca vou ser tão bom comandante, como você é.

Espere, o mais tardar até 175! — disse Holling. — Mas agora, senhores, vamos acolher os passageiros!

Sim, senhor! — a sua equipe oficial respondeu de maneira uniforme.

Capítulo 5

Os passageiros

 

A tripulação de comando entrou no enorme salão de entrada — o Salão Estrela.

Ele ficava no coração da LONDON. Ela estava no meio do casco em forma de disco entre as torres B e C. A câmara circular media 137 metros até o zênite e tinha na base do cilindro um diâmetro de aproximadamente 420 metros. Sobre isto se arqueava uma cúpula de vidro suspensa livremente que se estendia por todo o complexo.

No interior do corpo cilíndrico corria uma galeria em espiral, que levava aos respectivos andares, com seus quase 70 metros de largura, oferecendo uma gama diversificada de atrações e terminava numa galeria abaixo da cúpula. Uma vez que cada nível do chão alcançava em média uma altura de quatro metros para oferecer espaço até mesmo para um halutense, o Salão Estrela se estendia em mais de trinta conveses.

O meio do grande salão estava vazio. Hologramas de planetas, milagres da Via Láctea e do Grupo Local se revezavam e deviam surpreender os passageiros.

A galeria e a galeria elevada resgatavam tesouros numerosos de arte, incluindo pinturas de renomados pintores galácticos. Além disso, havia também estátuas de ouro e esculturas de hovalgônio, vários estandes, lojas, parques e holodromes1, entradas de piscinas e instalações esportivas. A galeria no zênite do salão finalmente fazia a transição para os locais de entretenimento e restaurantes, bem como as passagens para as zonas de passageiros. A partir do salão de entrada, os hóspedes atingiam assim todos os pontos de aproximação importantes para os passageiros.

O Salão Estrela passava para a base nos pavimentos externos, que era atravessado por uma nova cúpula de vidro. A tripulação da espaçonave congratulou-se pessoalmente com os convidados especiais. Os ricos acionistas da Liga Hanseática Cósmica, aristocratas arcônidas, empresários e políticos.

Um dos primeiros, Arno Gaton chegou com a sua esposa Delia. Holling olhou para o homenzinho com a metade da cabeça calva e o rosto despretensioso.

Ao lado dele, a sua esposa Delia desfilava. Ela era muito mais jovem do que ele, e a figura típica de um rico industrial. Linda e pouco inteligente.

Gaton, é minha honra em recebê-lo a bordo da LONDON — o capitão começou amigável.

Obrigado, obrigado — disse o porta-voz hanseático brevemente. — Você está realmente ciente da responsabilidade que você tem para com esta espaçonave? Este é um dos maiores projetos que a Liga Hanseática Cósmica já financiou. Vários trilhões de galax estão fluindo aqui.

Holling assentiu com a cabeça e respondeu: — É claro que eu estou ciente. Portanto, alguns de vocês também me escolheram como comandante porque eu sou o melhor.

A modéstia pode fazer muito bem a você, Jim — disse Gaton com um sorriso.

Eu sou tão humilde quanto o meu patrão — o plofosense rebateu com um sorriso. — Seu discurso anteontem, causou uma forte impressão sobre os galácticos. Tivemos até 1.230 novas reservas no último minuto. Nós estamos com as reservas totalmente esgotadas. 15.022 hóspedes estarão a bordo quando sairmos.

Excelente. Enfim. Depois nos falamos. Delia está exausta do voo até aqui. Avise-me quando partirmos... venha, minha querida.

Holling inclinou a cabeça brevemente. Os Gatons passaram, liderados por um pequeno robô para a sua cabine.

Wyll cutucou brevemente seu comandante e mentor. — Olha, aí vêm os enviados do Império de Cristal. Eles já parecem tão realmente afetados.

Da ampla porta arqueada do transmissor, cinco arcônidas e dois naats se materializaram. Aparentemente, o caminho tinha sido demasiado pesado do hangar para o Salão Estrela, através do dispositivo antigravitacional, ou mesmo a pé. Em todos os pontos críticos estavam transmissores para pessoas.

Holling virou em direção aos arcônidas. Os dois naats com dois metros de altura e estrutura corporal desajeitada e três olhos ladeavam a nobre família e foram aparentemente destinados a protegê-los.

Um dos arcônidas se aproximou dele. Seu cabelo branco era meio longo, o rosto era duro e nervoso. Com um olhar penetrante dos olhos vermelhos, ele examinou Holling e Nordment depreciativamente. O arcônida causava uma impressão nobre, embora para Holling, ficou claro, que ele aparentemente não era um membro da família Orbanashol. Ele tinha imprimido o rosto dos principais passageiros.

Eu sou Hermon da Zhart. Eu sou o administrador e secretário pessoal da família nobre dos Orbanashol.

Ele apontou para os quatro arcônidas, dois homens e duas mulheres. — Este é Spector Orbanashol, um dos mais respeitados cidadãos do nosso império.

Zhart apontou para o arcônida alto de ombros lagos, que usava um longo cabelo prateado esvoaçante. Este arcônida tinha uma aura antipática e arrogante. Ele olhou os dois oficiais sombriamente de seu rosto enrugado e não fez nenhum som. Seus olhos brilhavam com um vermelho profundo.

As outras personalidades ilustres são a sua esposa Thorina, seu sobrinho Attakus e a sua filha Rosan.

Thorina, a esposa de Spector, dava uma impressão mais velha como o próprio Spector. Holling sabia que ela era mais jovem. Ela tinha os cabelos grisalhos lisos, aparência magra, e o rosto era afundado e enrugado.

Attakus era, como seu tio, alto e tinha cabelo branco longo. Ele era um daqueles jovens arcônidas que tinham nascido no Império de Cristal. Seu interesse era mais o esporte das mulheres ricas e bonitas. Um homem que gostava de ser rico e respeitado.

A sua prima Rosan em contraste dava uma impressão inadequada. Holling imediatamente percebeu que ele era só meio arcônida. Embora, ela tivesse os olhos vermelhos albinos, mas — inapropriados para arcônidas — longo cabelo encaracolado vermelho. Holling se perguntou se talvez ela fosse metade terrana.

Rosan é a enteada do nobre Zdhopanthi2 Spector Orbanashol — Hermon da Zhart tomou de uma só vez a palavra, porque o secretário de Orbanashol aparentemente tinha notado o olhar interrogativo de Holling.

A sua esposa está casada pela segunda vez. Antes que ela tivesse a honra de entrar no relacionamento de longo prazo com Spector Orbanashol, ela foi casada com um homem terrano de negócios, no entanto... como o resultado de um acidente. Rosan vem do primeiro casamento de Thorina, mas Spector a ama como a sua própria filha, mesmo que ela carregue alguns sinais externos anormais.

Rosan olhou envergonhada para o chão. Holling ficou surpreso como aberta e ousadamente Zhart humilhou a jovem. Rosan não tinha obviamente uma alta prioridade na família. Wyll Nordment limpou a garganta. Holling olhou para seu primeiro-oficial. Oh, ele conhecia a expressão. Acima de tudo, Nordment teria mergulhado no administrador e lhe daria um gancho de direita. E havia algo, certo brilho nos olhos de Wyll, quando ele olhou para a bela mestiça arcônida.

Holling quebrou o silêncio constrangedor.

Como anormal, eu não descreveria a senhora. Você tem uma bela filha, Thorina.

Wyll, aparentemente, se tinha controlado novamente e sorriu charmosamente para Rosan. Ele confirmou o elogio de seu capitão.

Rosan parecia ao mesmo tempo intrigada. Ela provavelmente não sabia como devia considerar isso, mas sorriu brevemente para o primeiro-oficial. Wyll estava fascinado, pelo brilho em seus olhos, Holling reconheceu.

Os outros três arcônidas fingiram que não tinha ouvido a declaração do plofosense.

Vejam só, esta é a grande espaçonave terrana, que é considerada indestrutível — disse Attakus com firmeza.

Bem, pode se destruir tudo — respondeu Holling —, mas a LONDON é uma espaçonave de passageiros e não uma espaçonave de combate, assim esta questão é puramente retórica.

Attakus escrutinou Holling, em seguida, assentiu ligeiramente.

Pelo menos ela foi feita de aço arcônida. Pelo menos algo reconfortante — ele comentou em seguida.

Aço inquelônio-terconite — Wyll o corrigiu.

Attakus reconheceu a objeção com um suspiro desdenhoso.

Spector ainda não disse nada. Attakus olhou em volta um pouco, então ele foi até Rosan.

Minha prima parece estar cansada, passamos melhor em nossas cabines.

Ele fez um sinal para Zhart. Ele reagiu imediatamente.

A bagagem do ilustre Zdhopanthi ainda está nos planadores. Nós levamos apenas o essencial. Seria ainda aconselhável enviar vários robôs.

Holling assentiu. — Nós vamos fazer isso.

Wyll tomou a iniciativa rapidamente.

Espero que vocês vão se juntar à mesa do capitão. Isso seria para nós uma grande honra.

Holling olhou para seu primeiro-oficial com espanto. Na verdade, ele queria pronunciar este convite, mas ele admitiu provavelmente ao zelo da juventude. Em particular, uma vez que ele também ouviu como Nordment estava fascinado pela jovem Orbanashol.

Nós aceitamos a oferta — Spector rosnou numa voz profunda.

Sim, com muito prazer! — Rosan também falou e sorriu para Wyll. Ela tinha 1,65 metro de altura e tinha uma boa figura e uma aparência graciosa. Ela parecia para Holling como uma pequena princesa arcônida. No entanto, triste e incongruente neste bando. O que Wyll provavelmente pensava? Provavelmente o seu coração batia mais rápido. Em qualquer caso, Rosan não colocava essa arrogância aparente, como fazia o resto dos Orbanashol.

Venha agora, filha — resmungou a velha Thorina.

Hermon da Zhart acenou para os dois naats, que carregavam a bagagem de mão dos nobres.

O robô irá mostrar-lhe as cabines. Eles estão no convés elite, o piso mais confortável — explicou Nordment ansiosamente.

Ela é arcônida — sussurrou Holling, quando os arcônidas não podiam ouvi-los.

Mas apenas a metade — disse Wyll, sorrindo maliciosamente.

Holling assentiu com a cabeça e desejou boa sorte ao seu jovem amigo.

Neste momento veio um bando de repórteres no salão de entrada. Em meio a esse grupo, gingava um pássaro azul. Era um somerense. Ele respondeu aos jornalistas algumas perguntas antes que os homens da segurança, Bogo Prollig e Uto Lichtern discretamente separassem estes do somerense.

Holling fez um gesto de saudação.

Sruel Allok Mok! É uma honra para nós recebê-lo a bordo da LONDON.

Agora também Gaton passou na frente dele.

Em nome da Liga Hanseática Cósmica e a LTL, eu o recebo calorosamente neste cruzeiro através do Grupo Local.

Ele ofereceu a mão ao pequeno somerense que se parecia com uma águia americana. Este também a tomou e a sacudiu.

É uma honra para eu poder participar deste voo inaugural — o somerense finalmente disse numa voz profunda e agradável.

Porém, você pode chamar-me de Sam, como a maioria dos terranos – e também os galácticos – fazem. Estas são as iniciais do meu nome e, além disso, eu me assemelho extremamente a uma águia terrana. Além disso, a águia é o animal heráldico e o símbolo do Estado terrano dos EUA, que eles chamam lá apenas Sam.

Gaton sorriu e assentiu com a cabeça.

Sim, se você não se importar de ser chamado como um animal. — disse ele envergonhado.

Os animais são seres nobres. A águia é uma criatura impressionante que ama a liberdade. Então, eu tenho algumas coisas em comum com ela.

Sam era o ganhador do Prêmio Galáctico. Ele já havia resolvido muitos conflitos políticos. O somerense era respeitado mesmo no Fórum Raglund e o Império de Cristal. Ele era um amante dos clássicos terranos. Ele ouvia Beethoven e Mozart tão feliz quanto às sinfonias ofalenses.

Outra peculiaridade adicional era que ele insistia em ser tratado como “você”. Ele acreditava que a utilização da terceira forma da raiz do intercosmo era associada com mais respeito. No começo foi muito difícil para os delegados e os jornalistas, se acostumarem com isso, mas com o tempo isso também correu bem.

Sam representava os somerenses e completamente ESTARTU na Via Láctea. Tornou-se muito tranquilo em torno das doze galáxias. Após o colapso da ditadura Upanishad e a falha da energia enerpsi — os povos das galáxias havia há muito tempo travado uma guerra uns contra os outros. Em última análise, eles tinham concordado novamente. A federação estartunense tinha surgido sob a liderança dos somerenses, ofalenses, elfahders e pterus. O centro da federação estava na galáxia Siom Som. O principal mundo somerense, Som, era ao mesmo tempo a sede do governo e um grande conselho, composto por todos os povos das galáxias.

Mas nem todos os povos de ESTARTU aderiram à federação. Além de Siom Som os povos de Erendyra, Absantha-Schad, Absantha-Gom e Trovenoor se juntaram. As outras galáxias estavam procurando um caminho sem ESTARTU ou ainda não tinham se recuperado do colapso. Sam queria alcançar uma aproximação com a Via Láctea também por causa disso. Ele esperava que os galácticos fossem úteis na construção das outras sete galáxias.

No entanto, ele logo descobriu que os povos da Via Láctea estavam ocupados demais com eles mesmos. Assim, o somerense tinha primeiro escorregado inconscientemente para o papel de diplomata e pacificador, que viu então a sua vocação para resolver conflitos em todos os lugares.

O pequeno somerense de 1,20 metro olhou ao redor do enorme salão de entrada e examinou a imagem holográfica do Sistema Solar acima.

Uma espaçonave estelar impressionante! — disse ele. — Muitos tesouros de arte e atrações culturais estão em exposição aqui e todos os galácticos a bordo podem admirá-los. Eu lhe agradeço senhor Gaton, que você construiu algo tão maravilhoso!

O porta-voz hanseático sorriu. — Mas, mas... era isso, é claro. Eu queria fazer algo para a galáxia e esta espaçonave vai estar lá para todos os galácticos. Para qualquer um. A melhor e maior espaçonave de cruzeiro do Grupo Local e a Liga Hanseática Cósmica tornou possível.

Sam murmurou baixinho. Para Holling era difícil resistir a um comentário sobre o discurso de Gaton. Não era importante entendimento entre as nações e Gaton, mas o galax e os preços na bolsa de valores.

Eu vou acompanha-lo, é claro, pessoalmente, para a cabine — disse Gaton bajulador e saiu com Sam.

Nordment limpou a garganta.

O quê? — o porta-voz hanseático perguntou indignado.

A cabine está localizada no outro lado. É melhor seguir os droides — disse o primeiro-oficial e conduziu um dos pequenos robôs redondos na direção da cabine.

Sem perder mais uma palavra, Gaton juntamente com o Mok seguiu o servorrobô.

O ainda perdido em sua própria espaçonave — brincou Holling.

Atrás de si, ele ouviu um pigarro. Uma figura terrana de aspecto sombrio estava diante dele e olhou para ele interrogativamente.

Sim, por favor?

Desculpe-me. Eu sou Ulryk Wakkner do Galaxiscash, o maior banco galáctico na galáxia!

Ah — fez o comandante.

Dentro, ele suspirou. Um banqueiro. Novamente um esnobe arrogante, que achava que ele era absolutamente essencial.

Sim, não. Bem. Eu sou um controlador sintrônico. Eu verifico as rotinas diárias dos computadores do banco e os erros de entrada dos funcionários. Coisa emocionante. Recentemente, eu tive que...

Holling tossiu irritado.

Como posso ajudá-lo?

Ele teve que se corrigir. Este Wakkner não era nenhum esnobe, em vez disso uma tediosa pessoa com um pendor para a verbosidade.

Eu não encontro o caminho por aqui — o banqueiro sussurrou finalmente.

Ele era realmente uma figura triste. Wakkner tinha uma forma da cabeça como chimpanzé e uma testa alta. A sua pele estava muito pálida e coberto de espinhas.

Holling chamou um dos robôs.

Dê o robô seu número de quarto ou nome, e ele irá levá-lo diretamente para lá — o comandante da LONDON explicou amigável.

Humm... obrigado — fez Wakkner. — Bonito aqui. Não temos em nossa loja nenhum salão tão belo. Eu ganhei a viagem no concurso. Eu nunca ganho de outra forma. Mas um pouco frio aqui, certo?

O robô está pronto — Holling respondeu irritado.

Oh sim. Ainda bem... você sabe. — Wakkner riu. — Ainda dia! — ele seguiu o robô.

Wyll revirou os olhos. Holling não sabia como esse cara havia se desviado da porta de entrada para os VIPs. Ele estava apenas contente que essa pessoa estranha fosse embora agora.

Holling e seu primeiro-oficial congratularam ainda mais notáveis. Incluindo o embaixador do Fórum Raglund. Terek-Orn representava os tópsidas. Por último veio o rico patriarca saltador Koliput.

Eu acredito que estes seriam todos os convidados importantes da lista hanseática — Holling suspeitava e lançou um olhar par o visor.

Vamos voltar para a ponte, capitão? — perguntou Wyll.

Bem ali, porque eu ainda me sinto mais confortável! Primeiro-oficial, agora nós temos o dever de controlar a espaçonave!

Ambos deixaram o Salão Estelar via o transmissor de pessoas que os levou à sala de transmissores próxima ao centro de comando.

Capítulo 6

Os estranhos passageiros

 

A gerente da espaçonave Terna Ambyl assumiu o discurso de boas vindas. Ao seu lado estavam vinte outros convidados e recepcionistas da LONDON.

Uma jovem terrana foi ao seu encontro. Ela tinha cerca de 1,70 metro de altura, era magra e bem proporcionada. Ela tinha cabelos loiros na altura dos ombros, olhos azuis e uma pele lisa e macia. Ela usava um traje de calça jeans negro e jaqueta. Terna achou a terrana realmente muito atraente.

Olá, meu nome é Shel Norkat — ela apresentou-se gentilmente.

Bem-vindo a bordo, Shel!

Shel parecia um pouco envergonhada, quando disse: — A espaçonave é muito grande, você poderia talvez me dizer onde é o convés C-08, cabine 6-III-789?

Claro. Basta seguir este servorrobô. Ele a levará ao seu destino e ainda carregará a sua bagagem. Desejo-lhe uma agradável estadia a bordo da LONDON!

Obrigada. Eu estava aguardando muito tempo por isto.

Ela notou o droide que levantou as suas bolsas. — Oh, então eu seguirei a pequena esfera — disse ela com um sorriso e subiu com o droide num poço antigravitacional.

Mal Shel tinha ido, quando surgiu um grupo de cerca de vinte pessoas — a maioria era de terranos. Mas havia também dois hasprones3, um ertrusiano; um tópsida e um volatense.

Um grupo de turistas, um tiro na cabeça para Terna. Ela respirou fundo. Esses grupos sempre eram particularmente estressantes.

Um dos homens se aproximou da gerente da espaçonave. Ele provavelmente tinha cerca de cem anos de idade e era calvo. Além de sua careca e seu manto marrom, os óculos escuros e a imensamente grande corrente de ouro eram muito visíveis nele. Uma aura calma emanava desse homem.

Ele estava acompanhado pelo tópsida, o volatense e um ertrusiano.

Bom dia, minha filha cósmica. Eu sou o pai Dannos e estes são meus discípulos.

Ele apontou para os outros do grupo. Terna cumprimentou-o amavelmente sem demonstrar a sua aversão intuitiva.

Nós somos os irmãos e irmãs cósmicos da fonte de matéria — Dannos continuou com um semblante divertido.

Terna sorriu fracamente. Em primeiro lugar, ela não sabia se era uma piada. Finalmente, ela se recompôs e foi ver a lista da subdivisão de cabine.

Você está com vinte pessoas aqui — disse ela. — Dois casais estão incluídos nele, então dezoito cabines, certo?

Correto, minha filha cósmica! Posso lhe apresentar aos meus membros mais importantes? Estas aqui são Martha Wobbisch, Hulga Imoll e Brunde Galfesch.

Ele apontou para três mulheres terranas mais velhas e bem nutridas. Estas saudaram a gerente amigavelmente e seguiram o robô. Com certo mal-estar, Terna encarou os três seres ao redor de Dannos que aparentemente representavam a sua própria escolta.

Oh, estes são os meus secretários pessoais. Os irmãos U-Ululu-U, Cech-Nor e Toss.

Dannos apontou para o volatense insetoide com a cor verde amarronzada, o tópsida e o ertrusiano.

Um dos casais caminhou até Terna. O homem era pequeno e frágil, a mulher era graciosamente instável.

Eu sou Tett Chowfor, essa é minha esposa Stellara.

O homem agarrou a mão da gerente e a beijou. Terna recuou instintivamente.

Agora ouça pequena, eu queria ser agradável com você. Além disso, eu sou passageiro aqui. Então, seja tranquilamente simpática, caso contrário, eu reclamo!

Agora a sua mulher falou: — Querido, deixe a pobre mulher em paz!

Cale a boca. Pegue o Vurguzz e cale a boca!

Ele pressionou uma garrafa de bebida verde na mão. Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, o pai Dannos interveio.

Meus filhos, se comportem! — ele fez uma pausa por um momento e então disse ansioso: — Vocês certamente estão cansados. Sigam o robô e entrem em suas cabines.

Ambos seguiram as instruções do guru. Embora a insolência de Tett Chowfor já não sobrepujasse; também o segundo casal parecia pouco amigável. Os hasprones parecidos com faunos se chamavam de Herban e Hiretta Livilan Arkyl.

É tão seco aqui. No entanto, é úmido em nossas cabines, não é, ou você ainda não pensou em nós pobres hasprones, hein? — perguntou o desgrenhado Herban Livilan Arkyl, sem crer que provavelmente fosse realmente desagradável. A forma de falar dos hasprones parecia resmungada.

Claro, que aumentamos a umidade em seu quarto e instalamos uma pequena piscina — Terna o tranquilizou.

Muito bem, muito bem! Eu preciso de uma cabeça clara e preciso trabalhar. Não tome isso como um elogio, mas um agradecimento, terrana, continuou o pequeno ser de apenas 1,40 metro de altura, e contorceu os quatro narizes esponjosos.

Vá em harmonia cósmica — Dannos se despediu da gerente da espaçonave. O resto do grupo seguiu seu guru.

Terna estava feliz que essa gangue estivesse a caminho de suas cabines. Nesse momento, soou o sinal para a partida da LONDON.

Espere, espere... eu ainda quero! — Terna ouviu uma voz masculina chamando.

Um terrano magro de 1,85 metro de altura com o cabelo louro correu pelo corredor e entrou no salão de entrada. Ofegante, ele parou na frente da gerente, que cruzou braços e o examinou em tom de censura.

Você teve sorte de novo.

O terrano assentiu. — Sim, acho que sim — disse ele, ainda respirando com dificuldade. — Meu nome é Refrald Bollk. Eu sou um jornalista do Terrânia Post e tenho a intenção de entrevistar o somerense Sam.

Aha — fez Terna.

Ela se perguntou por que todos aqui tinham que se apresentar a ela com tantos detalhes? Agora ela pegou outro robô. — Basta seguir o droide. Ele o levará para a sua cabine. Tenha um bom voo.

* * *

 

Perry Rhodan agradeceu como Refrald Bollk e foi atrás do robô.

Ele sorriu discretamente. Isso foi muito fácil, pensou ele, e entrou no poço antigravitacional transparente. A partir dali se podia ver todo o salão de entrada, pelo menos, no convés principal. Os designers da LONDON tinham conseguido um ato de ousadia.

O robô o levou ao longo da galeria para o convés 21. Rhodan passou por um xisrape. A criatura em forma de ameba explicou para um servorrobô, que ainda desejava algumas mudanças em sua cabine, porque ela não fora projetada para xisrapes. O servo prometeu entender a mudança imediatamente. Em aparente satisfação, o pseudópode balançou da esquerda para a direita.

Rhodan foi conduzido num corredor largo. Demorou um pouco, então eles finalmente chegaram.

Aqui está a sua cabine, senhor — disse o droide de forma monótona.

A sua cabine era muito confortável. Ela oferecia tudo o que se poderia desejar.

A mistura do estilo retrô e arquitetura moderna do século 13 NCG projetava o alojamento de Rhodan num único caminho.

Rhodan atravessou o pequeno corredor com as paredes brancas cintilantes e entrou em seu quarto.

A cama circular com bordas suavizadas e moldura lustrosa preta pairava cerca de cinquenta centímetros acima do chão coberto com um tapete felpudo azul. O grande armário de madeira marrom com alças douradas parecia do último milênio, enquanto o sistema de trivídeo era um produto totalmente novo.

A sala era dominada por uma grande janela, de onde Rhodan via a Terra e os andares inferiores, que estavam abaixo da enorme cúpula de vidro. A LONDON era como uma pequena cidade no espaço.

Além disso, este quarto consistia de mobiliário real. Rhodan alcançou a área de estar feita de couro preto, na frente de uma mesa de vidro flutuante. Os armários e aparadores eram em madeira clara e com dobradiças e alças de ouro.

Perry decidiu não desempacotar as malas inicialmente. Ele decidiu ir para o “convés” e mais precisamente dar uma olhada no “promenade”.

Através da cúpula de vidro tinha-se a impressão de que se estava voando com um luxuoso barco terrano através das estrelas.

Rhodan olhou para Terra. Por fim, ele finalmente estava de volta perto de seu lar, mas ele não podia visitá-lo. Mas, em algum momento, ele estaria novamente lá. Ele estava confiante. Da mesma forma, no que dizia respeito a viagem da LONDON.

Lentamente, a LONDON começou a se mover.

Para as estrelas, terrano — Rhodan sussurrou para si mesmo, vendo como a Terra foi ficando cada vez menor.

Capítulo 7

A partida da LONDON

 

Primeiro-oficial, leve-nos ao curso — veio a ordem de Holling.

Com prazer, senhor! — respondeu Wyll e transmitiu a ordem adiante. Wyll pendeu com grande entusiasmo na cadeira de navegador e ativou a tela holográfica central, que a tripulação da ponte jocosamente chamava de “Galeria Panorâmica” e substituía o habitual cubo holográfico. A sintrônica era a responsável pelo restante. As comportas semelhantes às portas do salão foram fechadas e a prancha foi desacoplada.

A LONDON deixou a órbita da Terra e se dirigiu para o espaço interplanetário. Isto foi escolhido de forma que uma breve visão de Trokan fosse concedida aos passageiros. Quando a espaçonave passou a órbita do novo quarto planeta que substituiu Marte afetado pelo Abruse, o gravopropulsor de impulsos gravitacionais conduziu o metagrav à plena potência.

Muito bom — elogiou Arno Gaton e aplaudiu a tripulação.

Holling fez uma cara riste.

Agora a LONDON está indo pela primeira vez ao hiperespaço. Ativar conversor de frequências metagrav — ele ordenou.

Estão ativados — relatou Rudocc.

O propulsor metagrav era utilizado pelos terranos e por outros povos galácticos desde o ano 420 NCG como unidade propulsora principal.

Em contato com os lares e os wyngers, a tecnologia terrana aprendeu a adquirir energia através do contínuo energeticamente abrangente, ou seja, a partir do hiperespaço. Ao contrário dos veículos dos lares ou wyngers, uma espaçonave terrana equipada com metagrav não estava constantemente ocupada em sugar a energia do hiperespaço, mas o fazia apenas em intervalos mais ou menos regulares, assim como um planador movido por combustível. A sucção era realizada usando um dispositivo, com o qual, um contínuo mais pobre em entropia poderia ser aproveitado energeticamente e este era chamado como hipertrop. A energia extraída era armazenada para uso posterior.

A LONDON fora equipada com três dos maiores acumuladores gravitraf que foram construídos pela indústria da LTL, e, portanto, tinha uma enorme capacidade de armazenamento. O acumulador gravitraf mantinha a energia do hiperespaço até que esta fosse requerida por qualquer consumidor.

Os dois polos sugadores hipertrônicos na proa e na popa da LONDON foram ativados por Nordment e eles começaram a sugar a energia do hiperespaço, e a reabastecer o acumulador gravitraf.

Em torno da LONDON criou-se um fenômeno luminoso em forma de funil que era típico do hipertrop. Ele brilhava azul e branco em torno da espaçonave.

Após a espaçonave ser reabastecida, Holling deu a ordem para ativar os projetores Grigoroff e iniciar o propulsor metagrav. A LONDON acelerou para superluminal e mergulhou no hiperespaço.

A terra encolheu para um minúsculo ponto na exibição holográfica antes de desaparecer definitivamente do ponto de vista e as estrelas assumissem uma forma alongada, até que também já não fossem visíveis.

O voo inaugural da LONDON começou.

Capítulo 8

O voo da LONDON

08 de outubro do ano 1285 NCG

 

A LONDON flutuava majestosamente através do espaço. Ela tinha apenas uma hiperetapa atrás de si, alcançando Gatas. Duzentos julziischs ainda vieram a bordo da LONDON. Incluindo um alto político do Fórum Raglund, o apaserense Tuerkalyl Oebbysun.

A estadia planejada da espaçonave não deveria durar mais de duas horas.

Perry Rhodan estava sentado em sua cabine e vasculhava em sua mala. Ele retirou um traje muito pesado — um SERUN, um modelo especial camelotiano. O SERUN era mais levemente construído e tinha apenas os requisitos mínimos, mas o transporte era prático e discreto. No entanto, a coisa pesava muito e Rhodan tinha um problema sem o seu dispositivo antigravitacional. Uma das coisas mais importantes era o módulo de comunicação.

Ele ativou o picosin e disse: — Produza para mim uma hiperligação com a FREYJA.

O picosin seguiu as instruções dele. Ele enviou um sinal codificado para o escritório de Camelot em Gatas, que então estabeleceu um circuito de relê com a FREYJA. Um grande holograma com aproximadamente cinco centímetros do arcônida Atlan apareceu em cima da mesa em que o picosin descansava.

Bem, Bárbaro. Você está aproveitando no agradável iate de luxo?

O imortal sorriu e disse a seu velho amigo: — Até agora eu não tive tempo para fazê-lo. Mas esta noite eu vou compensar isso certamente.

Atlan riu.

Alguma vez você já fez contato com Sam? — perguntou ele então.

Não, ainda não. Mas, vou falar com ele hoje à noite no jantar. Eu consegui obter um assento à mesa do capitão.

O portador de ativador celular fez uma pausa, olhou sorrindo no chão e, em seguida, de volta para Atlan. — O Império de Cristal também terá representantes à mesa. Spector Orbanashol e seu clã.

O arcônida revirou os olhos.

Não nos envergonhe na frente do Zdhopanthi. Sério, esse Spector é um sujeito terrível. Arrogante e exagerado. Mas cuidado com Thorina. A velha é perigosa.

Rhodan sabia que o conselho de Atlan era para ser levado a sério. Ele tinha conhecido Spector Orbanashol há um pouco mais de dez anos em Mashratan. Além disso, o primeiro marido falecido de Thorina, Noel Mulltok tinha estado lá com a sua filha Rosan.

Rhodan estava ansioso para ver como Rosan havia se desenvolvido. Ele sabia que Thorina e Spector tinham assassinado o pobre Mulltok para ganhar poder sobre a empresa. Seu plano foi elaborado e ninguém no Império de Cristal se importava com a verdade.

O sobrinho de Spector, Attakus era tão vaidoso quanto o seu tio. No entanto, ele não é tão ambicioso. Exceto por planadores esportivos e mulheres, nada lhe interessa muito. Pelo menos essa é a aparência oficial. Mas Attakus é muito astuto. Ele iria por cima de cadáveres até que ele consiga obter seu próprio benefício com isso.

Rhodan desempacotou as suas coisas e as organizou nos armários de prata enquanto Atlan realizava seu monólogo sobre os Orbanashol.

Rosan, você já conhece — afirmou o arcônida.

Conheço? Bem, eu a vi dez anos atrás, quando ela ainda era uma pequena rechonchuda.

Rhodan fez uma pausa. Ele pensou em Cauthon Despair. Naquela época Cauthon tinha estado em Mashratan pela primeira vez e juntamente com Rosan fora sequestrado por desconhecidos. Gucky, fora graças a ele que as duas crianças foram salvas.

Mas agora Cauthon estava morto há quase três anos. Mas o remorso ainda atormentava Rhodan. Ele não poderia tê-los salvado naquele momento? E quem tinha dado essa maldita ordem de fogo? Rhodan estava desconfortável com o pensamento de que havia um traidor nas fileiras do Camelot.

Agora, ela é, pelo menos, uma festa para os olhos — disse Atlan.

Namorador”, Rhodan pensou.

Humm... coitadinha. Eu vou prestar atenção. Você me conhece, terrano-presa.

Exatamente — Atlan rebateu secamente.

Rhodan olhou para o seu cronógrafo. — Eu agora vou para o convés e formarei uma impressão dos passageiros.

Bem, faça isso. Ah... Homer diz que se você encontrar uma maneira de constranger Gaton e a sua LONDON, então você faça isso. Seria bom para a TAXIT.

Rhodan olhou Atlan em tom de censura. — Isso Homer tem que cuidar por si mesmo. Na verdade, você deve deixar claro para ele que não estamos trabalhando contra a Liga Hanseática. Vou ligar de volta amanhã.

Você está certo. Vou dizer ao velho avarento. Famal Gosner4, Perry!

Atlan terminou a ligação. O pequeno holograma desapareceu. Rhodan vestiu um traje leve e foi para o convés.

 

* * *

 

Através do convés sob a cúpula de vidro, uma vista maravilhosa de Gatas, o mundo central dos julziischs, se apresentava a ele. O mundo aquático com as suas duas dúzias de pequenos continentes era a origem dos blues, que estavam entre as raças mais importantes da galáxia. Rhodan lamentou a antipatia entre a LTL e os julziischs. Afinal, ela tinha melhorado um pouco nos últimos sete anos.

Três ônibus espaciais voaram para a LONDON e trouxeram os novos passageiros. Neles estavam políticos blues que eram classificados como amigáveis aos terranos, mas também o embaixador apaserense do Fórum Raglund, que continha poucos da LTL.

Rhodan olhou para os passageiros no convés. Ele viu aconenses, arcônidas, terranos, tópsidas, julziischs e muitos outros seres.

Como eles poderiam viver juntos pacificamente”, ele pensou consigo mesmo.

Ele não poderia simplesmente assumir profunda responsabilidade por cada galáctico. Lá no fundo, ele se sentia obrigado por cada indivíduo.

Se não eu, quem então?”

Mal os imortais desapareceram dos eventos na Via Láctea, ela entrou em decadência. O Fórum Raglund e o Império de Cristal tinham se formado. A LTL tinha durante meio século apresentado o seu lado obscuro.

O nacionalismo e o militarismo tinham retomado o poder entre os Primeiros Terranos Buddicio e Eavan.

Sob Daschmagan, prevaleceu uma burocracia sem fim, ganância econômica e a corrupção em geral. Paola Daschmagan tinha realmente embarcado numa linha mais pacífica, mas Rhodan sabia que ela não seria páreo para os problemas em caso de emergência, talvez ainda à espera para a Humanidade.

Houve momentos em que ele lamentou que na época não tivesse concorrido ao cargo de Primeiro Terrano depois que Julian Tifflor havia renunciado. Talvez tivesse servido melhor a Humanidade, ele se censurou.

Ele apoiou os braços no corrimão e atravessou. Um escaler orbital descarregou os novos passageiros e novamente voou de volta. A LONDON provavelmente iria, nos próximos poucos minutos de volta ao hiperespaço.

Rhodan olhou em volta na espaçonave. No convés “A” os passageiros ricos se moviam. Pessoas que acreditavam serem mais dignas do que os galácticos normais. Rhodan estava interiormente muito frustrado que tais qualidades houvessem prevalecido. Na época do estabelecimento da Liga Hanseática Cósmica, ele tinha conseguido reduzir tais preconceitos e até mesmo quase erradicá-los. Mas nada parecia ser permanente.

A separação de classe foi aperfeiçoada pelos preços elevados. Era compreensível que alguém que paga mais, também tivesse uma cabine maior. Mas o fato que a bordo houvesse um rótulo a bordo, que deliberadamente separasse os passageiros uns dos outros, deixou Rhodan infeliz.

Foi escrupulosamente cuidado para que os passageiros da primeira classe não fossem “perturbados” pelos convidados de outras classes. Rhodan tinha lido nos relatórios do serviço secreto, que até mesmo uma segregação racial havia sido planejada devido às tensões intergalácticas. No entanto, esta ideia maluca caiu por terra novamente. Os galácticos já não esmagavam as cabeças uns dos outros, disso, Rhodan tinha certeza.

Dois conveses abaixo, ele viu novamente algo que lhe agradou. Um terrano brincava junto com uma criança unitra. Eles brincavam de esconde-esconde. Era uma visão cômica para Rhodan, observar o pequeno ser elefante e a criança humana ali. O unitro selecionava para si os esconderijos mais improváveis. Ele se escondeu sob a toalha da mesa de um servo carro automático. Mas o garotinho terrano viu isso a tempo e parou o servo um pouco arrogante. Em seguida, ele foi se esconder.

Se já não valia a pena lá em cima, então para a parte inferior”, Rhodan pensou, enquanto observava a brincadeira das duas crianças.

Todos os problemas que ele e seus amigos tinham assumido pela Humanidade e todas as civilizações na Via Láctea não tinham sido sem sentido.

Rhodan podia medir os resultados, não de acordo com os arrogantes que repetidamente se posicionavam no centro das atenções. Esses seres, como as duas crianças lá em baixo, os galácticos deviam ser medidos.

O Fórum Raglund jogava junto com a LTL — alguém poderia expressar isso amigavelmente. Mas tal visão dava a Rhodan a vontade e a força para fazer qualquer coisa por eles.

Esse era o seu destino.

Mas Perry Rhodan e seus companheiros tinham sido escolhidos. E ele também não queria outra vida!

 

* * *

 

Rhodan gostava de ficar no parapeito e ver os galácticos. Novamente, ele se sentia um pouco livre. Não tão restrito como em Fênix. No entanto, ninguém o havia reconhecido, e ele esperava que isso se mantivesse.

Embora, ele realmente estivesse antecipando que logo iria trombar com alguém.

Atrás dele passou quatro pessoas. Eram os Orbanashol. Thorina que inseriu o braço no de Spector, em seguida, Attakus e Rosan.

A sua comitiva caminhava alguns passos devidamente atrás deles. O Secretário Hermon da Zhart e seus dois naats.

Rosan olhou tristemente para Rhodan. Atlan provavelmente estava certo. Certamente não era muito fácil para ela como meio terrana numa família tão arrogante. Rhodan se perguntava de qualquer maneira, por que ela não foi expulsa por Spector. Mas talvez ele tivesse planos para ela ou havia qualquer cláusula no testamento de Mulltok.

Pelo menos em algo Atlan estava certo. Rosan era um banquete para os olhos. Se as coisas tivessem ocorrido de uma forma diferente, ela poderia ter conhecido Cauthon Despair melhor e ele poderia ter encontrado seu verdadeiro amor.

Rhodan superou novamente este sentimento triste de que ele foi o responsável pelo infortúnio de Cauthon. Talvez também pelo de Rosan? Se ele naquele momento não tivesse em Mashratan, incentivado Noel Mulltok no seu plano de introduzir uma relação comercial com Camelot, talvez ele ainda estivesse vivo.

Quem era capaz de julgá-lo? Seria melhor deixar um governo violento, a fim de evitar perdas?

Essa era uma das desvantagens da vida dos imortais. As dores de consciência, as oportunidades concedidas para pensar sobre o que poderia ter sido feito de uma maneira diferente. Os rostos que encaravam silenciosamente e acusadoramente porque morreram por sua própria causa. Aquilo inevitavelmente levantava a questão, se não poderia ter agido de forma diferente para evitar essas vítimas?

Rosan reuniu-se aos Orbanashol. Eles certamente não se atormentavam com tais pensamentos.

A enrugada Thorina olhou na direção de Rhodan e parou. De seus olhos vermelhos, ela olhou para ele. Rhodan bancou o espantado e olhou em volta à esquerda e à direita, como se pensasse que ela estivesse observando outro.

Ad Astra — disse ele timidamente.

Assim, ele teve a atenção da família Orbanashol.

Eu sou Refrald Bollk, repórter do Terrânia Post — explicou Rhodan de acordo com a sua identidade aparente.

Rhodan desconfiava que Thorina o reconhecera.

Eu estou aqui para entrevistar o somerense Sam. Mas eu também gostaria de conversar com você e a sua família, se você não se importar.

Spector o estudou com óbvia surpresa e deu algo de si algo que soou como: — Essoya — e continuou com a sua família.

No entanto Rosan sorriu para Rhodan e parou. Ela lhe lembrava Thora e Mory. Os olhos vermelhos, cabelo vermelho. Sim, como uma combinação de suas duas primeiras esposas.

Você sabe o que essoya quer dizer? — ela perguntou a ele.

Rhodan riu e acenou com a cabeça. Claro, ele sabia disso. Ele conhecia o idioma arcônida por milênios. Ele estava absolutamente ciente de que Spector o chamara de raiz fedorenta.

Rosan sorriu timidamente e pediu desculpas para Perry Rhodan pelo insulto. Rhodan aceitou o pedido de desculpas.

Eu não conheço o Terrânia Post. Em Árcon, não há provavelmente. Eu poderia talvez ler um exemplar? — perguntou ela então.

Rhodan assentiu com a cabeça.

Mas com prazer, princesa arcônida-terrana. Talvez uma cópia de junho do ano 1275 NCG? Que eu escrevi sobre Mashratan — sussurrou Perry, piscando. Rosan brevemente congelou. Seus olhos se arregalaram. Ela, obviamente, percebeu muito rapidamente que tinha Perry Rhodan diante dela.

Thorina chamou por trás de sua filha.

Perplexa, Rosan ficou olhando para a sua mãe.

Hum, eu sinto muito, minha mãe me chama. Eu... Famal Gosner, Pe... repórter!

Evidentemente, ainda bastante surpresa, Rosan se apressou e bateu contra Wyll Nordment. Ele até parecia estar satisfeito com isso.

Ei, por que você está com tanta pressa? — perguntou o inteligente primeiro-oficial da LONDON. Rhodan encostou-se ao corrimão e observou a cena.

Eu preciso ver minha família. Desculpe, não tenho tempo. Além disso, você deveria pedir desculpas, porque você já esbarrou em mim. Eu pensei que vocês terranos ainda tivessem algo parecido com decência?

Rhodan estava se divertindo. A jovem senhora dominava a arrogância arcônida muito bem.

Wyll teve que rir também.

Como você ousa rir de mim?

Rosan estava aparentemente irritada com o comportamento do primeiro-oficial. Ou ela bancava a nobre ofendida.

Wyll Nordment ergueu as mãos.

De maneira alguma eu estou rindo de você. Mas você se empurrou contra mim, então você tem que pedir desculpas.

Rosan estava obviamente envergonhada. Ela certamente sabia que Nordment estava certo. Mas um arcônida não poderia pedir desculpas a um não arcônida. Uma nudez humilhante para qualquer arcônida. Certamente não um Orbanashol!

A mãe de Rosan certamente teria um ataque se Rosan se desculpasse.

De qualquer forma, é melhor esquecermos o incidente — disse ela.

Tudo bem, mas nós nos vemos hoje à noite!

Nós faremos isso? — disse ela, irritada.

Sim, e no jantar. Os Orbanashol se sentarão à mesa do capitão e eu vou sentar lá também.

Oh, que bom... então, até o jantar — ela se despediu brevemente e apenas seguiu a sua mãe, que estava esperando com impaciência.

Quando Nordment passou por Rhodan, ele o cumprimentou brevemente, mas educadamente.

Um casal interessante. Talvez ainda houvesse esperança para Rosan.

No momento Rhodan sentiu uma sacudida passar pela espaçonave e as estrelas desapareceram.

A LONDON foi pelo voo metagrav em direção a Magalhães.

Capítulo 9

Presa numa gaiola de cristal

 

Rosan entrou em seu quarto e queria dormir um pouco antes de irem para o jantar.

Ela não se trocou, mas deitou-se com seu vestido na cama macia. Por trás do travesseiro, ela tirou um ser de pelúcia. Seu pai lhe dera em seu quarto aniversário. Era uma lembrança de seu amado pai.

Attakus não gostava do ser de pelúcia. Era uma figura de pano de Gucky, o rato-castor. Attakus achava que o boneco era nojento e inadequado, porque Gucky era um criminoso aos seus olhos.

Para Rosan, no entanto, este boneco tinha um significado especial. Não só porque fora um presente de seu pai. Ela conheceu Gucky há dez anos e fora resgatada por ele em Mashratan. Gucky era seu herói. Assim como o menino chamado Cauthon Despair. Ela nunca tinha ouvido falar dele novamente. Só muito mais tarde, ela soube que a sua mãe tinha instalado um programa em sua sintrônica que tinha excluído automaticamente todas as mensagens de Cauthon. Ela não sabia o que tinha acontecido com Cauthon. Mas havia alguém que poderia responder a esta pergunta.

E essa pessoa estava a bordo. Rosan ainda estava completamente perplexa. Um erro foi excluído. Este repórter cômico era Perry Rhodan. O que ele estava procurando por aqui?

Rosan aconchegou-se ao Gucky de pelúcia. Talvez uma soneca agora fizesse bem. Não fazia qualquer diferença se seu desajeitado vestido caro ficasse amassado. De qualquer maneira, como uma Orbanashol, ela não estava autorizada a usar um vestido mais do que três vezes, em seguida ela era obrigada a jogar fora o velho. Um Orbanashol não poderia agir como se não pudesse pagar por roupas novas.

No entanto Rosan não adormeceu, porque Attakus entrou no quarto. Ele tinha tudo o que se precisava. Ela não podia suportar seu arrogante meio primo, mas tinha que se contentar com isso. Rosan tinha respeito por ele e, especialmente, por Spector. Ela temia seu padrasto e sabia também que Attakus apenas aparentemente era um cavalheiro.

O que você quer? — perguntou ela asperamente.

Eu só quero fazer-lhe companhia.

Attakus segurava um copo de vinho arcônida na mão. Ele se sentou ao lado dela na cama.

Você ainda tem esta besta repugnante — ele observou insatisfeito.

Rosan segurava Gucky firmemente como uma criança teimosa.

Attakus riu dela.

Pequena bobagem, mas se você absolutamente quiser mantê-lo — ele zombou condescendente.

Então, de repente ele se tornou sério novamente.

Quem era o sujeito com quem você falava agora pouco?

O primeiro-oficial. Eu tinha acidentalmente esbarrado nele. Nós apenas tivemos uma conversa sem importância.

Tudo bem. Mas me faça o favor de não falar com qualquer um da multidão.

Rosan revirou os olhos.

Eu estou cansada, Attakus. Eu quero dormir.

O arcônida sorriu. — Então Durma bem, meu cristalzinho!

Ele levou-a a mão sobre o braço dela.

Ela odiava quando ele a chamava “cristalzinho”.

Mas ela achava as suas aproximações muito mais nojentas. Mas, ela não podia resistir contra ele por muito tempo. Eventualmente, ela poderia ter que se casar com ele. Desde a sua infância, o sobrinho de Spector Orbanashol estava atrás dela.

Até o jantar — Rosan sussurrou friamente e puxou o cobertor macio de cetim até o queixo.

Attakus se curvou e deu-lhe um beijo molhado na testa. Ela tentou visivelmente não fazer careta. Em seguida, ele finalmente saiu de seus aposentos. Ela pôde ouvir quando ele gritou para a equipe, porque seus sapatos não tinham sido limpos.

Rosan odiava Attakus. Embora, ele fosse paternalista e gentil com ela, ela sabia, basicamente, que ele era um porco. Ela desejou que seu pai ainda estivesse vivo. Então, tudo pareceria diferente.

Rosan era mais apegada ao seu pai, que sempre a tratara muito bem. No entanto, era precisamente esta atitude que tornava a sua vida difícil. Tudo mudara após a morte de seu pai quase exatamente dez anos atrás. A sua mãe tinha se tornado mais rígida e imperiosa. O idílio tinha acabado. Quando Thorina então se casara poucos meses depois com Spector, tornara-se pior de ano para ano. Rosan fora atormentada pela escola arcônida aristocrática e passara a maior parte de sua infância com arcônidas rígidos.

Ela havia sido preparada na escola, para representar uma arcônida nobre inacessível e graciosa em qualquer momento. Ela teve que aprender a etiqueta em cada detalhe de cor.

A superioridade racial arcônida foi martelada dentro dela repetidamente. Ela era apenas metade arcônida porque seu pai tinha sido terrano. E também por causa disto ela enfrentou problemas.

Ela tinha sido negligenciada e tratada como uma estrangeira por causa de suas características terranas. Certamente, Rosan se defendia de forma permanente contra o mundo estéril e arrogante da aristocracia arcônida. Mas sem sucesso.

Ela era uma rebelde tranquila. Estas eram pequenas infrações que ela poderia pagar. Ela sabia que irritava a sua mãe e seu padrasto.

E então, Attakus abrigou grandes sentimentos por Rosan. Mas ele também não a compreendia. Para ele, Rosan era apenas um troféu.

Com ele, ela não combinava em absolutamente nada, exceto pelo nome. Eles tinham uma mentalidade completamente diferente.

Isso tornou Rosan tão terrivelmente solitária. Ela não tinha ninguém na vida, com quem pudesse confidenciar. Exceto o Gucky de pelúcia sem vida, ao qual ela se aconchegou, até que seus olhos se fecharam e ela adormeceu.

Capítulo 10

O Jantar

 

Perry Rhodan brevemente se deitou em sua cabine para tirar um cochilo. O cronógrafo o acordou às 18h00min. A sintrônica da cabine informou a Perry que o jantar teria lugar numa hora.

Ele vestiu um elegante traje que se assemelhava a um uniforme e atravessou o vestíbulo do Salão Estrela, para a grande sala de jantar principal. Uma ampla escadaria descia para as mesas dos convidados importantes. Aparentemente, ele era um deles, embora não tivesse feito nada para preencher uma boa e velha salsicha grelhada numa mesa de bistrô.

Rhodan foi bem recebido pela pequena sinfonia noturna de Mozart no fundo por distintas garçonetes. Ele entrou na sala de jantar e olhou em volta.

A maioria dos que estavam ali eram ricos banqueiros, acionistas hanseáticos, nobres, atores e empresários. A “massa comum” jantava em outros restaurantes.

Rhodan não estava satisfeito com essa separação. Mais uma vez, isto lhe mostrou o quão profundamente os galácticos tinham caído desde a tirania de Monos. E pareceu-lhe como algo que Monos tivesse pretendido. As consequências de sua ditadura eram sentidas hoje. Monos lançava uma sombra escura sobre a galáxia, muito tempo após a sua morte.

Dentre os mordomos distintamente elegantes, um o acompanhou até a mesa. Lá, se sentavam James Holling e seu primeiro-oficial Will Nordment. Ambos se levantaram para cumprimentar e apertar a mão de Rhodan, na crença de que ele era um repórter do Terrânia Post. Rhodan ficou surpreso que ninguém o reconheceu. Apenas Rosan Orbanashol provavelmente o tinha identificado. Por outro lado, Rhodan já não aparecia oficialmente há mais de seis décadas. Isto arranhava um pouco o seu orgulho, que seu rosto fosse esquecido tão rapidamente.

Embora o capitão Holling também desse a impressão de que sabia que ele era de fato Rhodan. Ele estreitou os olhos e olhou profundamente em seus olhos, mas não disse nada.

A sala era grande e glamourosamente equipada. No teto ainda pairavam lustres antiquados, que eram cobertos com hovalgônio. Num pódio havia uma banda de dez homens tocando música clássica. Enquanto isso, eles mudaram para Brahms. Eles também estavam vestidos muito elegantemente. Aparentemente era o dever do pessoal em serviço. Tudo aqui parecia como se eles fizessem uma viagem ao passado.

Rhodan riu involuntariamente quando viu um julziisch num terno terrano sob medida. Era uma visão bastante engraçada. O pobre rapaz definitivamente não se sentia confortável.

Um homem magro com cabelo curto e barba caminhou até a mesa. Holling o apresentou.

Esse é Jakko Mathyl, um banqueiro terrano respeitado.

Boa-noite — disse Rhodan secamente.

O homem falou muito apressadamente.

Boa-noite, senhores.

Ele apertou cada mão brevemente e deu um breve sorriso. “Ele tem mais de quarenta anos de idade”, pensou Rhodan. “Bem, um jovem aspirante à carreira”.

A banda, agora tocava um pedaço de Johann Strauss. Rhodan apreciou a bela música, estudando todas as pessoas na mesa. Havia cada vez mais delas.

Arno Gaton e a sua esposa se juntaram à mesa, assim como os Orbanashol. Eles foram acompanhados pelos naats e Hermon da Zhart. Zhart olhou Rhodan suspeitosamente. De onde ele conhecia o homem? Agora, isto ocorreu-lhe novamente. Ele havia estado também em Mashratan. Perry não esperava encontrar novamente tantos velhos amigos. Hermon da Zhart encarregou que os naats saíssem da sala. Ele mesmo sentou em outra mesa. Nordment explicou que esta estava especialmente reservada para camareiros e secretários pessoais de nobres arcônidas.

Zhart jogou novamente um olhar para Rhodan. Presumivelmente, ele o reconheceu. Rhodan lembrou que da Zhart tinha recebido uma formação na inteligência arcônida.

Eventualmente, ele teria que desistir do disfarce de qualquer maneira. Mas ainda não. Ele gostava dos rostos questionadores.

Wyll Nordment acolheu Rosan particularmente eufórico, que lhe deu olhares de reprovação de Thorina e Spector Orbanashol.

Nordment aparentemente tinha organizado para que Rosan se sentasse ao lado dele. Um malandro que se achava esperto.

Um patriarca dos mehandor chamado Koliput sentou-se também à mesa. Assim, como o embaixador tópsida Terek-Orn e o diplomata apaserense Tuerkalyl Oebbysun.

Finalmente, o convidado de honra, Sruel Allok Mok apareceu. Sam cumprimentou a todos ao redor muito simpático e disciplinado.

Gaton se levantou e ergueu a taça.

A LONDON e essa viagem — disse ele solenemente.

Os outros levantaram seus copos e repetiram seu brinde.

Depois, seguiu a conversa de costume na mesa. Perry Rhodan capturou olhares irritados quando pediu uma cerveja.

Spector murmurou algo sobre: — Típico terrano.

Adiante, Rhodan se comportou quase imperceptível e ouviu a conversa.

Um dos poucos êxitos dos terrano é a sua música clássica — Spector Orbanashol elogiou quase amigável.

Os outros concordaram com ele. Ele tomou um gole de sua taça de vinho e colocou novamente.

Claro, a ênfase está na música clássica. Estes outros gritos bárbaros são uma tortura para os ouvidos de todos os arcônidas — ele acrescentou, em sua arrogância habitual.

O mehandor riu. — A sua música arcônida é para cair no sono. Talvez uma razão por que vocês são degenerados.

Fique em silêncio, vassalo miserável. Vocês saltadores, apenas graças a nós, têm novamente o seu tamanho galáctico. Caso contrário, a Liga Hanseática Cósmica teria engolido vocês há muito tempo. Mas o Império de Cristal os protege!

Isso ainda pode ser uma noite divertida”, pensou Rhodan.

Sam interveio.

Por favor, senhores. Estamos aqui para nos divertir e não para nos derrubar em conflitos políticos.

Bem, você já pode ter dois pontos de vista diferentes — Mathyl interrompeu. — A Bolsa de valores dos saltadores é demasiado inflexível e deve estar mais ligada ao imposto. Os valores da Liga Hanseática Cósmica, por outro lado, correm esplendidamente. Os mercados estão satisfeitos. A Liga Hanseática dominou a crise.

É isso mesmo — concordou Gaton. — A Liga Hanseática é a maior empresa na Via Láctea há mais de 1.000 anos. Apenas neste ano nós tivemos um monte de lucro. Partindo de nossas ações e fundos de mercado. Nós surfamos numa onda do hiperespaço.

Gaton riu ruidosamente de sua própria piada de mau gosto. Ele tomou um gole e continuou com a sua chata autocongratulação: — Isso é devido à nossa estrutura interna. Temos um planejamento organizacional bem projetado, a política de pessoal excelente, bons financiadores e ideias e produtos excelentes, bem como uma gestão de qualidade excelente. A LONDON é o melhor exemplo. Esta espaçonave vai entrar para a história. E lá, provavelmente, ficará mais tempo do que a BASE.

Você esquece a TAXIT — Bollk, aliás Rhodan, lançou um desafio. — Esta pequena empresa de Homer G. Adams e os camelotianos deixam você e a Liga Hanseática ruim no negócio. Eu conheço os números. Portanto, também já não parece um mar de rosas para a Liga Hanseática Cósmica. A TAXIT abocanhou muitos negócios na frente do seu nariz.

Gaton encarou Rhodan/Bollk desdenhosamente. Ele estendeu a mão para o copo e tomou outro gole.

A TAXIT e os seus apoiadores são criminosos! — ele respondeu, irritado.

Sam agitou a sua plumagem e fez um coaxar abafado. — Afinal, no entanto, houve cooperação das empresas terranas com gângsteres.

Gaton fez uma careta e olhou para Sam, como se ele fosse um cosmocrata. Não impressionado, o somerense continuou: — Os imortais são heróis e não inimigos da galáxia. Somente a ingratidão das elites galácticas tem medo deles. Você, senhor Gaton, sem Perry Rhodan você não seria porta-voz hanseático, porque sem ele não haveria a Liga Hanseática Cósmica.

Rhodan gostou da argumentação de Sam, que foi naturalmente admirável. Com prazer, ele tomou um gole do copo de cerveja e esperou a resposta de Gaton. Isso veio após um breve período de irritação do porta-voz hanseático.

Bem, isso pode ser possível — Gaton apaziguou ansioso.

Ele riu falsamente.

Eu não quero afirmar que anteriormente os imortais não fizeram bem para a Humanidade, mas, em algum momento o tempo de todos eles se expirou. E eu não gosto de pessoas que vivem mais tempo que faça sentido para eles e seu meio ambiente.

Spector Orbanashol seguia esta discussão visivelmente entediado. A sua esposa olhou para Rhodan com a máxima urgência, assim como Sam. Rhodan se perguntou se os dois conheciam a sua verdadeira identidade? Ela também tomou a palavra imediatamente.

Este Rhodan e seu cúmplice Atlan são pessoas non gratas em Árcon. E nós somos orgulhosos disto. Mas você deve observar que estes camelotianos são como baratas, eles aparecem em todos os lugares e são tão indesejáveis.

Ela manteve os olhos exatamente sobre Rhodan. Sam tomou a iniciativa.

Senhor Bollk, você queria entrevistar-me?

O Terrânia Post estaria muito interessado em ouvir a sua opinião sobre a organização Camelot. Em certo sentido, nós sabemos que você não é um inimigo dos camelotianos, mas por quê?

Por que eu sei que Rhodan e seus seguidores não são maus, nem seres cruéis, mas heróis que foram escolhidos para ajudar a galáxia.

Spector tossiu animado. Certamente ele não queria ouvir apenas isso.

Você já teve contato com Perry Rhodan? — Rhodan/Bollk investigou descaradamente.

Sam assentiu.

Você realmente deveria saber disso melhor do que ninguém — disse ele, provando que conhecia a identidade de Rhodan.

Antes que Rhodan pudesse dizer algo contra, Gaton disse: — Ahh...o jantar!

Um serviço humanoide, Rhodan não foi capaz de determinar um único robô na sala de jantar, servindo o menu de boa aparência e perfumado. Rhodan tinha pedido um bife Melbar Kasom acompanhado com batatas plofosenses e legumes finos zalitas.

Tuerkalyl Oebbysun regozijou-se em voz alta sobre as vilosidades intestinais escaldadas de Gluhechsen. Seu vizinho de mesa Terek-Orn lançou um olhar sombrio para o apaserense. Mas o julziisch não pensou em nada. Rosan recebeu um grande prato de espaguete côncavo, ganhando um aceno de cabeça de Thorina. Seguiu-se uma discussão entre mãe e filha, que Rosan devia prestar atenção ao lidar com o macarrão de acordo com a etiqueta arcônida. Rosan obviamente esforçou-se. No entanto, algo do molho à bolonhesa pingou em seu colo. Ela colocou o guardanapo apressadamente e sorriu timidamente para Rhodan, que foi o único a perceber a gafe.

Wyll não havia dito nada até agora. Enquanto os outros estavam em sérias discussões, ele começou a conversar com Rosan. Rhodan ouviu com uma orelha.

Você gosta da comida?

Ela estava com a boca cheia e não podia responder. Ela sorriu e acenou com a cabeça. Quando ela engoliu o bocado, ela também confirmou a pergunta de Wyll verbalmente.

Ela me agrada — ela disse a Wyll e ficou um pouco embaraçada.

Há quanto tempo você já está na Liga Hanseática Cósmica? — perguntou a arcônida mestiça.

Não muito tempo — disse ele. — Apenas há cinco anos. Antes disso, eu trabalhei em toda a galáxia. Holling era meu mentor na Academia da Liga Hanseática. Eu aprendi tudo com ele e provavelmente comandarei a LONDON em sua segunda viagem, se eu tiver sorte.

Ela olhou para ele com respeito.

Bem feito!

Perto, ao lado, Rosan ouviu a sua mãe pigarrear.

Fam, preste atenção a sua pronúncia! Um arcônida escolhe se expressar melhor, do que como você se expressa neste momento!

Rosan parecia envergonhada, olhou para o chão e pediu desculpas à sua mãe. A banda tocava uma valsa. Wyll se levantou e pediu a Rosan para dançar.

Spector Orbanashol quase chegou a jogar a sua comida de volta, quando ouviu isso. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, Attakus já se levantou.

Isso provavelmente é uma brincadeira. Um Orbanashol não dança com um Bras'cooi.5

Wyll sentou-se decepcionado novamente, em seguida, olhou para Rosan. — É essa a sua opinião?

Minha opinião é a opinião dela! — Attakus sussurrou agudamente.

Rhodan recostou-se e olhou para os dois brigões. Ele percebeu o quanto incomodava os Orbanashol que Wyll aparentemente estivesse de olho em Rosan.

Humm... realmente, Wyll e Rosan seriam um lindo casal — Rhodan provocou o Zhdopanda6.

Ele se voltou para Sam. — O que você faria se Perry Rhodan fosse lhe oferecer um posto em Camelot? Como consultor, uma ponte entre Camelot e a Via Láctea.

Sam pensou um pouco antes de responder.

Eu provavelmente aceitaria se isto fosse interessante. Se eu, assim, não trabalhasse contra os galácticos e pudesse mais do que agora, orientar os galácticos para um futuro melhor, então eu não hesitaria em aceitar a oferta.

Rhodan esvaziou o copo de cerveja.

E isso é exatamente o que quer Camelot.

Eu entendo — assinalou o somerense.

 

* * *

 

Rosan não sabia o porquê, mas sentia-se à vontade para dançar com Will Nordment. Este terrano era simpático com ela. Além disso, ela estava cansada que tudo fosse proibido para ela, o de alguma forma era divertido.

Attakus, é só uma dança. Você quer insultar o oficial do comandante da espaçonave terrana? — perguntou Rosan.

Ele pigarreou. — Claro que não. Então, por favor, dance. Mas só uma dança. Não queremos exagerar com isto!

A jovem Orbanashol sorriu obsessivamente. Seu plano tinha funcionado. Às vezes a estrita observância das regras autoimpostas era uma vantagem.

Ela se levantou e pegou a mão de Wyll. Ambos foram para a pista de dança e se moveram para coincidir com o ritmo da música.

Ela observou que Attakus olhava ciosamente para eles.

Wyll e Rosan dançaram próximos, no entanto, ela manteve a distância obrigatória do terrano.

Você dança muito bem — Wyll elogiou.

Obrigada — ela sorriu.

Então ela ficou séria novamente. — Por favor, mais distância. Os meus pais... ela fez um gesto com a cabeça para os Orbanashol. — Eles não estão muito satisfeitos. Agora, seria melhor voltarmos para a mesa.

Só se nos vermos novamente amanhã.

Ela hesitou, sem saber o que dizer. — Eu não sei...

Wyll contraiu uma sobrancelha.

Então, continuamos a dançar.

Rosan não sabia se deveria sorrir ou suspirar. Ela fez as duas coisas. Wyll Nordment aparentemente era muito vaidoso. Será que ele acreditava que poderia ditar algo a Rosan como Attakus fazia? Mas de alguma forma ele era diferente. Ele era gentil e parecia honesto.

Por que não?

Tudo bem, eu estou no convés A do promenade de manhã. Minha família está nas instalações esportivas da Torre A. Por isso, excepcionalmente eu estarei lá sozinha. Então, podemos nos ver. Mas eu não sei o que são as suas esperanças para este encontro.

Para conhecê-la melhor.

Ele sorriu maliciosamente.

Rosan gostava do sorriso de Wyll e de seus olhos azuis. Ela pigarreou e terminou a dança antes que abrigasse pensamentos ainda mais selvagens.

Ambos voltaram para a mesa.

Spector olhou para ela agudamente. Os outros lhe interessavam de menos. Gaton e Mathyl discutiam os preços das ações, mercados e o futuro “dourado” da Liga Hanseática. O patriarca saltador esvaziava um copo atrás do outro. E o blue Tuerkalyl Oebbysun parecia bastante embriagado enquanto bebia seu copo de leite. Nos julziischs tinha um efeito estimulante. Holling falava com o Gaton. Perry Rhodan, que ainda estava posando como um jornalista, falava algo muito baixinho com Sam.

Eles se sentaram novamente e Wyll deu-lhe um pouco de vinho depois. A sua atenção foi subitamente atraída para dois outros.

Um terrano ruivo gordo, surpreendentemente vestido inapropriadamente esportivo, tentava acalmar uma mulher magricela loira. Ela estava bêbada e insultava o homem.

Quem são eles? — perguntou Rosan.

São os seguidores da fé — Wyll respondeu a ela. — De uma seita ou organização chamada filhos da fonte de matéria. Tett e Stellara Chowfor. Nossa gerente da espaçonave já disse algo a respeito. Ela provavelmente fica bêbada constantemente.

Algo escandaloso! — disse Thorina desdenhosamente.

Ela olhou para Rosan por confirmação. — Sim, mãe. Você está certa. Simplesmente escandaloso.

Exatamente! — gritou Tuerkalyl Oebbysun e trovejou o vidro sobre a mesa. — Escandaloso, que as pessoas sempre se embebedam! Mais leite, por favor!

Um terrano careca apresentou-se a Wyll como pai Dannos, caminhou em direção aos Chowfor e os acalmou novamente. Em seguida, ele foi para a mesa do capitão.

Permita-me apresentar-me. Eu sou pai Dannos. Eu sou o líder da nossa pequena comunidade com o nome de os filhos da fonte de matéria. Quero pedir desculpas pessoalmente para esta cena dolorosa para todos vocês.

Sam aceitou o pedido de desculpas em primeiro lugar. — Não foi culpa sua, pai. No entanto, você deve tentar resolver o óbvio problema desta senhora.

Dannos se curvou.

Claro. Nós vamos ter que, provavelmente, dar tratamento médico a ela. Infelizmente, ela toma muito álcool. Mas o Universo a ama de qualquer maneira, como todos vocês.

O guru tinha uma aura tranquila, mas ameaçadora. Ele tentou sorrir. Mas seus olhos o traíram pelo oposto, eles mostraram um fanatismo antinatural. Para Rosan este homem era assustador.

Sentou-se à mesa. Mais três figuras apareceram. Um ertrusiano, um tópsida e um volatense. Eles se posicionaram atrás de Dannos.

Esses são os irmãos Toss, Cech-Nor e U-Ululu-U.

Attakus soltou uma risada arrogante.

O que representa a sua seita, realmente? Mais uma vez um bando de fanáticos tão ridículos? — perguntou Attakus divertido.

Dannos o examinou severamente. Então ele sorriu. — Meu irmão...

Ele não foi mais adiante, porque Attakus o interrompeu duramente.

Eu não sou seu irmão. Nunca compare arcônidas7 com terranos ou com outras criaturas da Via Láctea!

Meu irmão — Dannos continuou implacável. — Nós somos os filhos da fonte de matéria. E somos uma unidade espiritual e nos esforçamos para nos tornarmos um cosmocrata.

Attakus revirou os olhos. Rosan estava envergonhada de sua ignorância. Claro, Dannos inspirava pouca confiança, mas Attakus não devia zombar da fé diferente dos outros. Mas a sensibilidade era completamente estranha para ele.

Os terranos já não tiveram tais imbecis? Não era o tal de Erik Weidenburn? Ele queria ser uma superinteligência com o seu grupo.

Dannos apertou suas mãos. — Bem, nossos objetivos são diferentes dos dele. Eu posso garantir isso absolutamente.

Ele olhou ao redor da mesa. Seus olhos estavam agora em Rosan. Ela não pôde olhá-lo por muito tempo em seus olhos, ela ao invés disso, olhou buscando ajuda de Wyll. Agora, Dannos olhou para os outros e os examinou com um sorriso.

Quando ele olhou para Rhodan, ele fez um gesto de surpresa.

Eu não sabia que temos um visitante tão importante.

Rosan se assustou. Dannos aparentemente parecia suspeitar que era Perry Rhodan.

Gaton perguntou perplexo: — O que você quer dizer? O homem é apenas um mero repórter.

O que é isso? — perguntou Dannos desafiador.

Rhodan levantou-se.

Não, eu não sou. Eu sou Perry Rhodan!

 

* * *

 

As pessoas na mesa ficaram completamente em silêncio ao mesmo tempo. Gaton sentou-se com a boca aberta em seu lugar e não podia falar. A banda estava tocando ainda mais longe e nem todos tinham ouvido a confissão de Rhodan.

Mathyl olhou para Rhodan com um olhar de desprezo, assim como os Orbanashol.

Sam, em seguida, quebrou o silêncio.

Sim, meus senhores. Este é Perry Rhodan. Ele veio aqui a bordo para falar comigo. Eu não faço nenhum segredo disso. Perry Rhodan não é o criminoso e o diabo como a LTL o estilizou por cerca de sessenta anos. Se ele tivesse sido um, então ele teria atacado a LONDON com uma de suas espaçonaves. Mas ele veio pacificamente a bordo.

Rhodan concordou.

Na verdade, eu queria falar com Sam, mas também desfrutar deste cruzeiro, o que eu vou fazer.

Gaton engoliu várias vezes. Ele ainda não sabia o que dizer.

Eu tinha o reconhecido imediatamente — Thorina interrompeu amargurada.

James Holling levantou-se e fez uma saudação.

Senhor, eu dou-lhe as boas-vindas a bordo. Eu estava na QUEEN LIBERTY durante a ditadura de Monos e o reverenciava!

Rhodan respondeu a saudação. — Obrigado, comandante.

Agora, finalmente Gaton se recompôs. Ele riu desagradavelmente alto.

Bem, se é assim, então... bem-vindo a bordo da LONDON, Perry Rhodan

Olharam exatamente com grande respeito por Rhodan.

Obrigado. Eu vou agora me retirar para a minha cabine. Desejo a todos uma boa-noite — o imortal se dispensou.

Sam levantou-se. — Eu ainda tenho muito que discutir com Rhodan. Boa-noite!

A reunião terminou lentamente. Holling e Nordment foram para a ponte e os Orbanashol deixaram o salão.

Dannos caminhou em direção a Rhodan. — Me desculpe se eu revelei o seu segredo, meu irmão!

Eu te perdoo...

Bom. Deus está conosco. Vamos nos ver em breve com segurança. A paz esteja convosco. Vá em harmonia cósmica.

Dannos foi para o resto do seu grupo novamente com as suas outras três figuras.

Gaton permaneceu sentado sozinho com a sua esposa.

O que eu fiz para merecer isso? — ele estava consternado.

O quê? — perguntou à esposa levemente irritada.

Ele balançou a cabeça e revirou os olhos antes que esvaziasse mais um copo de Vurguzz.

 

* * *

 

Rhodan e Sam se sentaram na cabine. Eles estavam confortáveis no sofá. Perry derramou no copo de Sam um Mouton Rothschild 1.251.

Obrigado pela defesa.

Eu só disse o que eu achava ser certo. E assim eu também vou me juntar a Camelot. Eu acredito que eu posso fazer ao seu lado, até mais do que neste momento.

Rhodan ficou aliviado sobre esta decisão. — Eu não pensei que seria tão fácil convencê-lo — ele admitiu honestamente.

Agora você só tem que manter a sua promessa, Rhodan. Se eu puder fazer a diferença, então eu estou satisfeito.

Você faz... ou você está fazendo — disse ele e apertou a mão do somerense.

Este pesquisou nos olhos de Rhodan e, finalmente, agarrou a mão.

Capítulo 11

Briga de família arcônida

 

Os naats estavam de guarda na porta da cabine. Spector já tinha ido para a cama, enquanto Thorina ainda queria falar com Rosan. Elas entraram numa das salas de estar da grande cabine. A velha estava tremendo de emoção. A sua pele firme e coriácea se contraiu levemente nas maçãs salientes do rosto.

Como você pôde se atrever a isto? — ela gritou para a filha.

Rosan fez uma impressão indiferente.

O quê, mãe?

Thorina olhou para ela com firmeza. — Quero dizer esta dança com o oficial. O que foi isso?

Rosan fez uma careta e encolheu os ombros. — Ele é um homem muito agradável. Cortês, galante e bonito.

Isto os arcônidas também são!

Os arcônidas são arrogantes!

Rosan entrou no banheiro e trocou de roupa. A sua mãe precisou falar mais alto, o que causou pouco esforço para ela.

Nós temos um nome e uma boa reputação. Os Orbanashol estão entre as famílias mais poderosas de Árcon. Através de suas aventuras embaraçosas, você está pondo em risco essa reputação!

Rosan havia acabado de se trocar. Agora vestia uma camisola feita da mais fina seda. Além disso, ela tinha pegado um roupão que era do mesmo material. Ela cruzou os braços sobre seu estômago.

Mãe, eu só dancei com ele. Uma pura cortesia. Nada mais.

Tanto melhor! — rosnou uma voz profunda. Era Spector. — Com este barulho ninguém consegue dormir.

Ele caminhou em direção Rosan. Ele se elevava acima dela por duas cabeças. Com desprezo, ele olhou para baixo para ela.

Você não é realmente uma Orbanashol. Olhe para você. Seu cabelo ruivo! Além disso, o seu comportamento. Você se assemelham mais a esses bárbaros do que nós. Mas o sangue de sua mãe está em suas veias e ela agora é uma Orbanashol. Portanto, quer você queira ou não, pertence à família. Então, comporte-se!

A sua voz soou ameaçadora. Ela descansou os braços no quadril.

Como eu disse, eu só dancei com Wyll Nordment. Eu não tinha a intenção de se casar com ele.

Rosan olhou para o chão e sorriu. — Apesar de que seria uma ideia interessante. Quero dizer, minha mãe já tem experiência com homens terranos.

No entanto, o riso dela passou muito rapidamente. A mão forte de Spector agarrou-a pelo pescoço e apertou.

Agora me escute, sua Zayna8 miserável! Você não vai pensar tal coisa novamente, muito menos pronunciá-la, entendeu? Você vai se casar, mas não com este Wyll ou qualquer outro bárbaro, mas Attakus!

Thorina olhou para o marido com assombro. Rosan tentou libertar-se das garras. A cabeça dela estava vermelha e ela deu apenas um gemido. Então Spector soltou o aperto. Ela caiu ao chão, ofegando por ar.

Já estamos entendidos?

Ela apenas balançou a cabeça. O choque foi profundo. Ela começou a chorar e olhou desesperada para a sua mãe. Esta também prontamente fez um comentário por si mesma:

Você ouviu o seu padrasto. Attakus vai ser seu marido. Se for o desejo de Spector, não podemos nos defender contra isto.

Ela inclinou-se para o marido.

Eu estou indo até Attakus para falar isso com ele. Tenham uma boa-noite, esposa e enteada!

Ele saiu do quarto e correu para o outro lado da cabine, onde Attakus da Zhart estava sentado. Ambos, tinham naturalmente começado a conversar. Attakus congratulou-se com a ideia de seu tio.

Também Thorina foi ao seu quarto. Apenas Rosan ainda estava agachado no chão e chorava. Mas ninguém se importava. Ela se sentiu sozinha e abandonada. Ela se levantou e se vestiu novamente. Então ela saiu correndo da cabine para o convés.

Capítulo 12

Wyll e Rosan

 

12 de outubro do ano 1285 NCG

 

A LONDON saiu do hiperespaço. Ela estava localizada no espaço vazio entre a Via Láctea e as Nuvens de Magalhães.

O vice-chefe da localização, John Maskott, caminhou em direção a Wyll, que estava olhando as estrelas.

Alcançamos Magalhães amanhã por volta das doze horas.

Obrigado — respondeu Nordment e estudou o chão tristemente.

Holling deu um passo em direção a ele. Ficou ao seu lado e olhou para ele.

O que está errado, Wyll?

É sobre Rosan...

Holling assentiu lentamente.

Eu entendo.

Wyll olhou para ele olhar incrédulo. — Você faz isso realmente? Eu nunca vi uma garota tão emocionante como ela...

Holling retrucou. — Você ainda vai ver outras mulheres interessantes. Esqueça. Ela é uma arcônida, uma Orbanashol. Ela está tão longe de você quanto o Grande Vazio.

Ele colocou a mão no ombro de Wyll. Ele segurou o ombro uma vez e apertou ligeiramente, então foi para a ponte.

Wyll o observou. Ele não sabia o que deveria fazer neste momento. Ele decidiu andar um pouco na espaçonave.

Em seu intercomunicador, Wyll foi informado por Uto Lichtern que alguém se aproximava da comporta de emergência do nível A dos passageiros. As luzes descartavam que fosse um membro da tripulação, porque estes levavam um intercomunicador consigo. Na próxima curva, Wyll olhou em volta.

Ele observou que a câmara da comporta já estava aberta, e não quis acreditar no que via.

 

* * *

 

Ele ficou surpreso que a sintrônica não bloqueou automaticamente o acesso de pessoas não autorizadas. Havia em cada convés, comportas de emergência a mais, o que naturalmente não eram autorizadas para serem utilizadas durante um voo. Elas eram automaticamente seladas durante o voo pelo hiperespaço. A LONDON estava de fato no espaço normal, mas Wyll acreditava num mau funcionamento da sintrônica, porque um passageiro poderia ter superado o controle automático em qualquer caso. Isso deixou apenas uma conclusão, este estava claramente defeituoso.

Ele viu que alguém estava no espaço intermediário e em frente ao console de instrumentos. Ele já havia reconhecido a pessoa. Ela estava chorando na frente do aparelho e pressionava apressadamente alguns botões. A porta da câmara de descompressão se abriu. Cuidadosamente, ele se aproximou. Wyll não queria, de qualquer forma, que a pessoa se assustasse, e talvez por isso perdesse o controle dos nervos.

Não faça isso!

A mulher na câmara da comporta virou-se assustada. Era Rosan Orbanashol.

Saia, ou eu abro a comporta. Eu vou fazer isso!

A maquiagem em seu rosto lindo foi derretida através das lágrimas. A sua voz tremia.

Wyll olhou para o chão e fez um gesto afirmativo.

Por favor, não abra a comporta. Eu acho que está ciente do que vai acontecer com você.

Ela olhou horrorizada para ele.

Claro que sim. Então eu o terei atrás de mim! — ela retrucou cínica.

E eu também.

Como por favor?

Rosan ficou bastante surpresa com esta declaração.

Bem, eu vou tentar mantê-lo nisto. Acho que vai acabar depois que ambos formos arrancados e descomprimidos. Isto é, é claro, apenas se a porta se abrir adequadamente...

E se ele não abrir? — perguntou Rosan irritada.

Wyll fez um gesto especulativo. — Nada de grave. Quero dizer, você quer morrer de qualquer maneira, além disto, isto não depende de como fazer, certo?

Rosan revirou os olhos. — O que acontece se a porta não abrir corretamente? — ela repetiu num tom mais agudo.

Eu testemunhei uma vez. Uma visão repugnante. Alguém não fechou a comporta corretamente durante a reentrada. Quando ele se livrou do SERUN, apenas uma pequena abertura e a pressão da espaçonave aberta o pressionaram pela fresta. Isso era quase 10 centímetros. Eu nunca pensei que uma pessoa pudesse ficar tão pequena...

Rosan engoliu em seco e analisou se a escotilha da comporta ainda estava bem fechada.

Mas... mas... essas são meramente histórias de horror. Quero dizer, por que a porta aqui não deveria se abrir corretamente?

Eu não disse que sim, que a porta está quebrada, ela só poderia estar lá.

Ele veio um pouco mais perto de Rosan e estendeu a mão. — Olha, nada pode estar tão ruim que você jogue a sua vida fora por causa disto. Venha cá, vamos falar sobre isso.

Rosan balançou a cabeça. — Você não entende. Toda a minha vida está arruinada. Tudo é predeterminado. Minha vida é só para obedecer a minha família.

Contudo, eu entendo isto. Uma coisa dessas, também me deixa doente, mas você não deve desistir. Antes de tudo, espere pelo que vai acontecer nesta jornada — Wyll a acalmou, tentando dissuadi-la de sua ideia. — Além disso, nós nos conhecemos há pouco e eu tinha realmente planejado passar mais tempo com você.

Ele acreditava seriamente em suas palavras.

Rosan olhou para o chão, em seguida, de volta para ele. — Eu acho que ouvi bem. Isto não é tão fácil como você pensa. Você não imagina demais? — respondeu ela, ligeiramente desdenhosa.

De qualquer forma. Você pode mudar a sua vida. Você apenas só tem que fazê-lo da forma correta. Vamos, saia agora da comporta, por favor.

Rosan ponderou por alguns momentos. Em seguida, ela balançou a cabeça. — Bem, você me convenceu.

Wyll fez um gesto espantado.

Eu não pensei que isto iria funcionar de forma tão fácil — brincou ele, divertido.

Rosan o viu entrar. Ela caminhou em direção a ele, mas tropeçou em seu longo vestido que estava preso numa quina afiada de um degrau.

Ela encostou-se à parede, mas diretamente no console e pressionou um botão. Um alarme soou e a iluminação mudou para vermelho. A porta atrás deles se fechou com um silvo.

O que você fez? — Wyll gritou.

Ela balançou a cabeça violentamente. — Eu... eu não sei. Eu devo ter ido em qualquer um destes botões. Eu sinto muito!

A escotilha da comporta se abriu. Wyll agarrou a mão de Rosan no último minuto. A pressão quase os teria forçado a sair. Ela gritou. Wyll tinha encontrado um apoio numa viga de aço.

Não se preocupe, eu a peguei e não a deixarei ir.

No entanto, Rosan olhava para ele ainda chocada. O alarme deve ter sido registrado na ponte de comando.

Wyll segurou ferrenhamente o braço de Rosan. — Rosan, vá ao console e pressione o botão verde — ele gritou com grande dificuldade.

O ar estava se esgotando.

Rosan tentou isto, mas não conseguiu se aproximar. — Eu não posso! — ela gritou desesperadamente.

Sintrônica. Você pode me ouvir? — chamou Wyll na sala.

Mas ele não recebeu nenhuma resposta. — Droga, sintrônica. Feche a comporta. Rápido!

Mas nada aconteceu. A sintrônica não respondeu.

Rosan parecia ter perdido a consciência. Também Wyll não podia durar muito.

De repente, a escotilha afundou por si só para baixo novamente. Rosan caiu no chão. Ela estava completamente pálida, ofegante e lutava por ar. Wyll cuidou imediatamente dela.

Três homens correram em direção a ele. Um deles era o chefe da segurança Bogo Prollig. O pesado epsalense bufava profundamente.

O que aconteceu, Nordment?

Eu vou explicar mais tarde. Primeiramente, chame um medorrobô.

Após cinco minutos, finalmente apareceu um medorrobô. Ele examinou Rosan brevemente. Seu diagnóstico foi positivo.

A senhora está em ordem, com exceção de uma ligeira falta de oxigênio. Eu lhe prescrevo uma medicação sedativa e a aconselho se poupar nos próximos dias.

Wyll assentiu. Ele olhou para ela com ansiedade, mas a Orbanashol se levantou novamente. Ela cambaleou um pouco e teve que se sentar novamente. Um grunhido e uma batida chamaram a atenção de Wyll. Um naat se aproximou. Com ele, é claro, Attakus Orbanashol e Hermon da Zhart.

Por Árcon, Rosan! O que aconteceu aqui? — perguntou ele, obviamente, preocupado. Ele olhou Wyll ceticamente.

Este oficial está implicado?

Rosan balançou a cabeça. — Não, ele me salvou. Foi tudo um acidente...

Um acidente? — Attakus e Wyll perguntaram simultaneamente.

Rosan olhou desesperadamente para Wyll. — Sim, um acidente. Eu fui para uma caminhada e eu queria... — ela gaguejou.

... Ver as comportas! — irritado, Attakus continuou a frase dela.

Sim, exatamente, todas as comportas. Eu ouvi falar que elas eram muito bonitas. Aqui, meu vestido tinha travado numa borda afiada do degrau, e eu escorreguei. Então eu esbarrei num dos botões e, em seguida, a porta se abriu. Sem Wyll... uh, o primeiro-oficial Nordment eu estaria morta, Attakus!

Mulheres e tecnologia — zombou Prollig.

Attakus compreendeu agora.

Se é assim.

Ele se virou para Wyll e estendeu a mão.

Eu sou obrigado a agradecê-lo... Zhart!

Ele fez um sinal ao seu capanga. Ele somente assentiu e tirou um saco do bolso de sua jaqueta.

Venha Rosan, agora nós vamos. Você está completamente agitada, e o medorrobô lhe receitou descanso.

Attakus pegou o braço de sua noiva e a levou de volta para a sua cabine. Também Prollig e os outros dois deixaram a cena. Apenas Zhart permaneceu um pouco mais. Ele tirou algumas centenas de galax para fora do saco.

Attakus Orbanashol agradece sinceramente pela salvação de sua prima. Este é um sinal de sua apreciação!

Ele colocou o dinheiro na mão de um Wyll perplexo. Ele recusou.

Não, não. Aqui!

Ele deu o dinheiro de volta para Zhart.

Era meu dever como membro salvar Rosan, e também ainda um prazer.

Ele sorriu. Ao contrário de Zhart. Ele examinou Wyll desconfiado. O naat atrás dele caminhava sem descanso para frente e para trás.

Provavelmente, ele deve ser alimentado? — disse Nordment.

Zhart ergueu as sobrancelhas.

Ele voltará para a sua jaula, onde ele pertence. Em seguida, ele receberá a sua ração noturna. Mas isso não importa. Só uma coisa é estranha: se na caminhada da honorável Orbanashol a comporta – naturalmente por pura falta de jeito – abriu, então eu pergunto, como você pôde salvá-la tão rapidamente se você não estava ao lado dela?

Zhart fez uma expressão pensativa nesta situação. Ele deu um sinal ao naat e ambos deixaram a sala. Wyll ficou para trás e pela primeira vez respirou profundamente.

Capítulo 13

Os filhos da fonte de matéria

 

Meus filhos, o nosso plano mudou — sussurrou a voz calma do pai.

Perry Rhodan está a bordo da LONDON. Este homem é muito perigoso. Se quisermos executar nosso plano, então, agora com extrema cautela!

Estamos preparados para qualquer coisa — confirmou uma voz feminina suplicante. Outras vozes se juntaram nesta declaração.

Muito bem, meus filhos. Deixem o equilíbrio da energia cósmica fluir por vocês, — o pai sussurrou satisfeito.

Em breve estaremos no objetivo de nossa jornada. Vamos finalmente chegar ao paraíso. A LONDON nos levará lá. Mas todo mundo está ciente de que é preciso colocá-la sob o nosso controle. E a todo o custo! — o pai disse insistentemente aos seus filhos da fonte de matéria.

A voz pertencia a um homem e ao lado dele cerca de vinte outros filhos da fonte de matéria estavam reunidos no alojamento.

Em breve — ele implorou a seu pessoal — a LONDON estará em nossa posse e voará em direção ao paraíso.

Eles ficaram de joelhos e tocaram as mãos uns dos outros. Ele disse palavras de urgência e uma oração.

Ele sorriu e olhou para os outros. Este homem era o pai Dannos e ele estava pronto para qualquer coisa.

Na sala estavam os Arkyls, Chowfors, seus três “irmãos” e as três mulheres e seus mercenários. Servos que o Cavaleiro Prateado lhes enviara.

Um deles disse: — E quem não crer, recebe um passe livre para a vida futura.

Dannos balançou a cabeça. — Apenas como um último recurso. Mas você está certo. Nada pode pôr em perigo o plano cósmico. Nós somos duzentos filhos da fonte de matéria a bordo e em breve vamos ter uma espaçonave para voar para nosso paraíso, meus irmãos e irmãs.

Uma das mulheres, Martha Wobbisch se levantou de uma vez. Ela começou a tremer e a gesticular freneticamente.

Não, eu não posso mais. Eu não quero mais. Nós não temos o direito de fazê-lo — ela gritou.

Ela foi até Dannos e o pegou pelos dois braços. Ela olhou para ele com horror em seus olhos.

Eu vou sair. Você está ouvindo? Eu não quero ter mais nada a ver com isso!

Ele permaneceu calmo. — Pense no plano. Você não vai para o paraíso? — perguntou ele com força.

Não, não a esse preço. Eu quero voltar para o Missouri e aos meus netos! Foi errado segui-lo. Você é louco! Nós não podemos matar galácticos. Para este efeito, não temos o direito!

Uma das outras mulheres, Hulga Imoll respondeu: — Mas este remorso vem muito tarde.

Wobbisch olhou para Imoll.

Melhor tarde do que nunca!

Dannos levantou as mãos implorando. — Se for a tua vontade, minha filha, então eu vou respeitá-la. Mas você entende que agora temos de discutir tudo sem você. Venha, eu vou levá-la para a sua cabine.

Ele e Martha deixaram o alojamento e desceram o corredor. Eles se encontraram com alguns passageiros, mas ambos não disseram nada.

Eles passaram a planta de processamento de alimentos, em seguida, eles viraram num corredor à esquerda.

Esse não é o caminho para a minha cabine — Martha notou, intrigada.

Dannos não respondeu. Ela o seguiu. A confiança no pai ainda era muito grande, apesar do desacordo.

Eles entraram numa sala onde os restos de comida e outros tipos de lixo eram armazenados. Dannos leu uma placa na cabine: Conversores.

Ele olhou para Martha pela última vez. — Adeus, minha filha. Vá em harmonia cósmica!

Ela olhou horrorizada para ele, em seguida, Dannos bateu nela. Ela caiu no chão inconsciente. Dannos agarrou a cabeça e a virou por tanto tempo para a direita até que ele ouviu o pescoço quebrar. Ele sentiu seu pulso. Martha estava morta. Ele orou para as fontes de matéria e seu deus, para que fossem misericordiosos para com a sua alma.

Dannos pegou um saco de lixo e a colocou dentro. Ele jogou o saco com os outros resíduos no conversor.

Então, ele deixou a sala.

Ele ainda esperou para que alguém da equipe entrasse na sala. Demorou cerca de cinco minutos, em seguida, Dannos ouviu quando o conversor foi ativado e os resíduos e Martha Wobbisch foram transformados em energia. Agora, ela até mesmo causou um equilíbrio na energia cósmica.

Ele voltou para os outros.

Martha já está agora em seu paraíso.

Religiosamente, eles realizaram um minuto de silêncio pela irmã perdida. Em seguida, Dannos prosseguiu: — Como eu já disse, nada vai comprometer o nosso plano, nada!

Capítulo 14

No caminho para Magalhães

12 de outubro do ano 1285 NCG

 

A LONDON estava no espaço vazio entre a Via Láctea e as duas nuvens de Magalhães. A espaçonave provavelmente alcançaria os mundos gurrados no mesmo dia.

Tudo estava em silêncio. Eram dez horas da manhã. James Holling estava na ponte, observando as Nuvens de Magalhães, que já eram visíveis. Na mão direita ele segurava a xícara de chá Earl Grey9.

Wyll veio para a central de comando, ainda atuando bastante cansado. Ele saudou o comandante, e este o saudou de volta.

Bem, meu jovem amigo. Você parece um pouco cansado — disse o plofosense de 175 anos de idade e agitou ao redor com uma colher em sua xícara de chá.

Eu não dormi muito bem — explicou Wyll.

Estranho. Você finalmente é um herói. Você salvou a pequena Rosan antes da sua morte certa.

Wyll mordeu o lábio.

Sim, eu o fiz provavelmente...

Não, obstante, o velho Gaton me chamou esta manhã, para que eu explicasse. Agora, nós estamos monitorando melhor as instalações — Holling disse.

A sintrônica é responsável por isto — disse Wyll.

Ele deu alguns comandos, e finalmente balançou a cabeça, depois que verificou as mensagens emitidas pela sintrônica sobre o holocubo.

As rotinas de autoteste parecem estar bloqueadas por qualquer coisa. Eu não tenho acesso aos protocolos de eventos. Já ontem, enquanto eu salvava Rosan, a sintrônica teria fechado a comporta automaticamente e relataria o incidente como relevante para a segurança e ao comando da espaçonave.

Holling agora também ativou seu terminal, que normalmente tinha um acesso de alta patente para a sintrônica central. Depois que ele tentou muito mais febrilmente obter acesso às rotinas de segurança, ele finalmente desistiu. Ele apenas confirmou a declaração de Wyll. Em seguida, ele ordenou que visse à ponte, o engenheiro sênior Holling Alex Moindrew que exercia a função de engenheiro-chefe durante o voo inaugural. Após cinco minutos, o terrano de meia-idade entrou na central de comando. Holling descreveu o incidente a ele. Moindrew também tentou obter acesso à sintrônica através do terminal do comandante, mas sem sucesso.

Amaldiçoando silenciosamente, ele se virou. Os dois se olharam interrogativamente. Em seguida, Holling virou-se para o engenheiro-chefe.

Alex, você, por favor, pode me explicar o que é isso?

O que isto deveria ser... você está perguntando? Eu não tenho tempo para longas explicações. Se for verdade o que eu suspeito, nós teremos enormes problemas, eu garanto. Eu necessariamente tenho que verificar no centro da máquina e muito mais. Se quiser, então você pode vir comigo, eu lhe digo em seguida, no local.

Com estas palavras, o terrano se virou. Após um breve olhar de consentimento, Nordment e Holling o seguiram.

Moindrew correu para a central de transmissores de bordo, que ficava exatamente abaixo da central de comando. A rede de transmissores de pessoas a bordo oferecia a maneira mais rápida para alcançar as estações mais importantes da espaçonave. O comandante e seu primeiro-oficial seguiram o designer da LONDON, no arco portal ativado do transmissor.

Num piscar de olhos mais tarde, eles estavam no posto de controle da casa de máquinas na torre C. Moindrew correu para seu escritório separado e pegou um pequeno dispositivo de um armário, que ele abriu com um transmissor de código.

Interessados, Nordment e Holling observaram quando o engenheiro-chefe ativou um console de controle. Um pouco mais tarde, se construiu a holografia de um antigo edifício famoso, que eles sabiam que representava o marco anterior da antiga metrópole terrana do estado do Reino Unido: a Tower Bridge. Moindrew deu alguns comandos e balançou a cabeça em frustração. Após mais um comando, a holografia desapareceu novamente.

Agora o que está acontecendo, Alex? — perguntou Holling.

Moindrew parecia irritado.

Nada está acontecendo, você pode ver isso! — ele respondeu. — Eu simplesmente não posso obter acesso às rotinas centrais da programação dos sistemas sincomunicativos que servem como uma interface para o núcleo que se encontrava no hiperespaço da unidade sintrônica. Mas, ainda temos estas pequenas portas dos fundos...

Com estas palavras, ele ativou o pequeno dispositivo, que ele tinha segurado durante todo o tempo em sua mão. Wyll se aproximou interessado. Ele conhecia o suficiente da estrutura técnica de uma sintrônica, mas de “porta dos fundos” num sincomunicador ele nunca tinha ouvido falar. Esticado, ele olhou por cima do ombro de Moindrew. O pequeno dispositivo que parecia ter as dimensões de um livro antigo tinha uma tela no topo, que no momento exibia diferentes letras do alfabeto no momento. Os dedos de Moindrew voavam em staccato frenético sobre cada ícone de intercosmo, onde ele ainda murmurou maldições. Sobre a parte superior da tela, mensagens curtas de texto piscaram em intervalos curtos, que para Wyll permaneceram completamente incompreensíveis. Finalmente, ele desistiu de sua ação agitada e jogou o pequeno dispositivo com resignação sobre a mesa.

Sem chance, meus comandos estão bloqueados.

Agora, Holling se juntou a Moindrew e sacudiu o engenheiro-chefe.

Alex, me explique finalmente o que está acontecendo aqui!

Moindrew lançou um olhar rápido para Wyll e, em seguida, virou-se para o comandante.

James, é bastante simples. Graças à engenhosidade de nosso reverenciado orador hanseático, alguém assumiu o controle da sintrônica e, assim, em última instância, sobre a LONDON.

Por favor, me desculpe, tanto quanto eu sei, o núcleo de uma sintrônica reside no hiperespaço. Como alguém poderia chegar nela, sem ser eu ou você, e assumir o controle?

Um sorriso amargo cobriu o rosto de Moindrew, antes que ele respondesse.

Você entendeu isto, James. Então para mim, ou para você, naturalmente não é possível. Especificamente, você precisa de conhecimento de informação privilegiada para conseguir isso. E é aí que o velho Gaton entra em jogo. Quando o sistema de sintrônica da LONDON foi fornecido pelas indústrias Shorne, eu testei antes de instalar e descobri que havia lacunas na camada protetora em torno do sistema positrônico sincomunicativo.

Por que... e o que é este sistema sincomunicativo, na verdade?

Nesta pergunta que o comandante usou, Wyll se meteu na discussão.

James, você sabe exatamente como a sintrônica funciona?

Holling balançou a cabeça.

Não, a minha educação remonta a várias décadas e, devo acrescentar isso, eu nunca fui particularmente interessado em todas essas coisas de computador. Sempre foi o suficiente para mim, que eles funcionem e façam exatamente o que eu digo a eles.

Brevemente, um sorriso de menino passou pelas feições de Wyll, antes que ele se lembrasse da gravidade da situação.

Bem James, uma sintrônica é um sistema de computador, cujos componentes que foram anteriormente referidos como unidade de processamento central do núcleo estão completamente evacuados no hiperespaço. Para que a comunicação entre os componentes individuais desta unidade de CPU é mais rápido do que a luz e, portanto, superior a qualquer positrônica convencional. A base de todo sistema sintrônico são, além disso, campos de estrutura hiperenergéticas, que pertencem à função dos componentes físicos de um positrônica, tais como processadores, memória de trabalho ou de armazenamento em massa. Aqui estão os sintrochips individuais, que são resumidos por um gerador de campo inerte que produz uma curvatura no espaço fechado do próprio microuniverso que, pelo menos em teoria, fornece uma capacidade de armazenamento infinito. Internamente, este sistema de chips sintrônicos é organizado como uma rede neural, e as unidades de processamento individuais são referidas como neurônios sintrônicos. Estes se especializam e assumem as funções clássicas de uma unidade de processamento central. Tudo isso está sendo executado no espaço normal sem perda mensurável de tempo, uma vez que estes neurônios, como eu disse, se comunicam mais rápidos do que a luz.

Wyll fez uma pausa e perguntou ao engenheiro-chefe: — Até agora corretamente?

Moindrew sorriu brevemente e comentou: — Você entendeu tudo, James? — Eu não teria explicado melhor até agora — então ele se virou para Holling

Hesitante, este assentiu.

Bem, meu jovem amigo, você pode ir em frente.

Wyll assentiu com a cabeça e continuou.

Agora, nós temos um problema. Toda a sintrônica reside no hiperespaço, e não é acessível para nós, sem uma ligação correspondente. Ao mesmo tempo existe o risco da falha dos inertes, e que todas as informações, todos os dados armazenados, mesmo as rotinas de programa que estão localizadas dentro deste microuniverso, sejam perdidos para sempre. Portanto, é necessário que um sistema de backup no espaço normal apenas salve esses dados em tempo real. O sistema chamado sincomunicativo assume exatamente essas tarefas. Além disso, se trata de um sistema positrônico especialmente desenvolvido, que representa praticamente o gargalo de toda a sintrônica. Tudo para dentro ou para fora do micro, tem que passar por este sistema que estabelece uma ligação entre o universo normal e o microuniverso individual da sintrônica e garante que o usuário possa se comunicar em tudo com o computador.

Wyll terminou a sua palestra e olhou interrogativamente para o seu superior paternal. Holling assentiu com a cabeça e comentou:

Então, possivelmente eu entendi isso agora. O ponto fraco da totalidade do sistema é, portanto, a interface entre o nosso universo normal e este microcosmos artificial de armazenagem.

É isso mesmo, esse é o ponto — disse Moindrew, — uma manipulação só é possível no nível dos sincomunicadores e esse é o nosso problema.

E agora o que Gaton e as indústrias Shorne têm a ver com isso? — perguntou Holling.

Bem, como eu disse no início, eu tinha que perceber que havia brechas na camada protetora, que é para proteger o sistema contra a manipulação do sincomunicativo de adulterações ou acesso não autorizado. Eu me deparei com isto por acidente e, depois notifiquei imediatamente o nosso grande presidente. Então, o caro Arno veio imediatamente. Então, recebei a instrução direta, de instalar o sistema como ele foi entregue, e ignorar as vulnerabilidades dentro do firewall. Caso contrário, ele iria me reincidir sem aviso prévio e anexaria um processo de compensação que teria me exprimido.

Isso realmente é um pouco demais — notou Holling —, e você já percebeu isso e, é claro, deixou por isso mesmo?

Claro que eu deixei por isso mesmo, o que deveria fazer? Gaton tem a mão superior, e eu não teria conseguido nada se tivesse feito barulho. Mas eu investiguei e descobri isso aqui.

Com estas palavras Moindrew apontou para o pequeno dispositivo, que ele tinha jogado descuidadamente sobre a mesa.

Este é a princípio um antigo dispositivo de comunicação, com uma interface não mais usada hoje, que opera no espectro infravermelho, ligando sistemas de computadores. A vantagem deste dispositivo reside na sua insignificância. Ninguém suspeitaria que uma pessoa má fosse jogar um pouco com ele. No entanto, as possibilidades desta técnica são muito limitadas, a largura de banda disponível na faixa de infravermelha é suficiente apenas para algumas sequências de comandos. É aí que reside a razão pela qual se desistiu desta interface. Para encurtar a história, alguém já deve ter feito rotinas de programa correspondentes às margens de memória física durante a programação básica dos sincomunicadores. Esta coisa, — ele apontou novamente para o pequeno pad — só serve para acionar as rotinas maliciosas via comandos correspondentes. No entanto, isso pode ser feito de qualquer lugar, porque nosso amigo desconhecido incorporou a correspondente interface infravermelha através de toda a espaçonave, das quais eu me tornei consciente apenas por acaso. Agora, ele pode a qualquer momento desencadear o vírus apropriado e só podemos assistir.

Moindrew agora se sentou à mesa e tirou de uma gaveta uma garrafa com um líquido amarelo da qual ele se serviu de um copo grande.

Um brinde James, eu estou feliz que eu finalmente estou indo. Agora você sabe, o problema é seu!

O que fazemos agora? — perguntou Holling com raiva.

Vamos ser honestos, não podemos fazer nada. Os vírus estão se espalhando, sem que saibamos o que eles fazem. A única coisa que podemos fazer é observar o ambiente exatamente. Talvez possamos descobrir quem está por trás disso tudo. Controle todas as ações da sintrônica, na medida do possível.

Bem Alex, por favor, tente ver se você não pode encontrar uma maneira de recuperar o controle de todo o sistema e se livrar desse maldito vírus.

Um intercomunicador zumbiu. Holling foi para a tela da parede. O rosto de Arno Gaton apareceu. Ele dava uma impressão furiosa.

Ah... bom que você se apresentou, Arno. Algo aconteceu — Holling começou.

Que você pode dizer — o porta-voz hanseático respondeu.

Ele não permitiu que Holling se pronunciasse. — Esqueceu que você e Moindrew devem participar da inspeção da espaçonave com os Orbanashol? Os senhores estão esperando impacientemente. Então vamos lá!

Ele terminou a chamada sem esperar por uma resposta.

Droga de arcônidas! — Moindrew amaldiçoou. — Eu acho que agora temos coisas mais importantes para fazer do que mostrar a LONDON para esses ignorantes!

Você está certo. Mas Gaton nos deu a ordem. Então nós temos que segui-lo. Wyll, você verifique primeiro se existem erros na localização ou na navegação, — o comandante concluiu e foi com Moindrew para o convés.

 

* * *

 

Wyll esperava de verdade, poder participar da turnê, somente para ver Rosan, mas ele concentrou-se no seu trabalho.

Ele foi para o posto de comando e lá informou os oficiais de serviço Rudocc, Sparks e Spechdt.

Spechdt realmente encontrou um erro no cálculo da coordenação.

Os dados divergentes não teriam sido fatais, mas teria nos jogado de volta mais alguns dias — ele relatou.

Talvez sabotadores da concorrência? — Evan Rudocc suspeitava. — TAXIT ou similar? Eles certamente não querem que a LONDON estabeleça um novo recorde. Talvez Rhodan?

Bobagem. Podemos descartar isso. Eu vou misturar-me entre os passageiros. Talvez eu possa descobrir algo — Nordment decidiu. — Rudocc, você mantém a posição.

Ele deixou a ponte e viu os Orbanashol juntamente com Gaton, Moindrew e Holling e aquele pai Dannos dois conveses acima dele. Ele se juntou ao passeio.

 

* * *

 

Rosan estava entediada. Ela esperava que Perry Rhodan viesse com a turnê, mas até agora ele não tinha aparecido. Em vez disso, o designer-chefe explicou as características técnicas da espaçonave e a estrutura dos propulsores metagrav.

No entanto, seu desejo se tornou realidade. Perry Rhodan, e o somerense Sam encontraram o pequeno grupo.

Gaton cumprimentou os dois um tanto efusivamente. Era óbvio para ele que era diplomacia pura e não sério respeito por Rhodan.

O pai Dannos ainda se comportava muito calmamente. Ele apresentou algumas questões técnicas para Moindrew.

Diga-me, irmão. Até onde a LONDON poderia voar?

Oh, muito longe. Ela poderia se cobrada repetidamente — respondeu Moindrew —, até que os propulsores metagrav sejam consumidos, pode demorar vários anos. Nós poderíamos teoricamente voar dentro de alguns anos para o Grande Vazio e voltar.

Obrigado — disse Dannos pacificamente. — Isso significa que ela poderia voar agora então um tempo independentemente de qualquer fornecimento das estações através do espaço.

Sim, certamente. Claro, não haveria problemas com as disposições relativas à duração, mas a LONDON foi construída como uma espaçonave de longa distância.

Muito impressionante, irmão — pai Dannos percebeu.

Agora seu olhar caiu sobre Perry Rhodan e o somerense.

Ah, Perry Rhodan e Sam. Eu estou contente de vê-los.

Pai! — Rhodan cumprimentou ironicamente. — Onde estão os seus irmãos?

Oh, eles são cerca de cinquenta metros atrás de nós. Eles estão tão preocupados com o meu bem-estar. Portanto, eles são sempre como uma sombra.

Eu vejo — o camelotiano disse brevemente.

O grupo continuou pela espaçonave. No final da turnê Spector decidiu: — Está na hora de irmos jogar golfe. Attakus, você vem, não é?

Claro, tio!

Ele olhou em volta para Rosan.

Honorável prima, o que você vai fazer?

Você sabe, eu não me importo sobre o golfe — explicou Rosan. — Eu vou passear um pouco ao longo do convés. Nós voamos através de um nevoeiro vermelho amarelado. Eu gostaria de ver.

Bem, como você quiser. Mas desta vez seja um pouco mais cautelosa do que ontem.

Claro...

A sua mãe foi com Delia Gaton. — Eu vou conversar algo com Delia, Rosan!

Vão na harmonia cósmica, irmãos e irmãs — Também Dannos se despediu.

Rhodan e Sam voltaram para a cabine de Rhodan para discutir sobre coisas diferentes.

Rosan passeou ao longo do convés.

Oi! — ela ouviu alguém dizer atrás dela. Quando ela se virou, Wyll Nordment estava diante dela e sorria.

Olá — ela o cumprimentou. — Eu tenho que agradecer-lhe de novo. Especialmente por causa de sua discrição.

Não, Rosan. Esse era o meu dever como membro da tripulação... e como um amigo.

Como um amigo? — ela repetiu, e encostou-se à grade. Ela olhou para o nevoeiro.

Ele é lindo — disse ela.

Wyll se juntou a ela. — Sim, ele é. Mas há algo mais bonito aqui a bordo.

Ela olhou para ele. — E isso seria?

Você!

Ela corou e olhou envergonhada para o chão. — Eu acho que você não sabe o que está dizendo, primeiro-oficial! — ela produziu hesitante.

Mas eu sei muito bem.

Ela correu para uma cadeira de praia e sentou-se. Uma família julziisch passou ruidosamente por eles.

Eu sou uma aristocrata arcônida. Para mim há uma vida completamente diferente do que você está pretendendo — Rosan se esquivou.

Sim, eu sei. Uma vida que deve ter sido tão terrível que você queria se suicidar por isso.

Rosan fez uma impressão nervosa. — Wyll, você não entende. Eu não tenho escolha. Você não pode se rebelar contra a família dos Orbanashol. Isso é impossível.

Mas pode ser. Eles não são todo-poderosos. Você está infeliz. A sua mãe é uma codorna velha, o seu padrasto um monstro e este Attakus um arrogante pis...

Não cometa um erro com o tom, Wyll! — ela repreendeu com raiva.

Ela se levantou e caminhou alguns metros, em seguida, voltar para a grade. Ela escondeu o rosto debaixo de suas mãos delicadas. Wyll ouviu um soluço suave. Ele lhe tocou os ombros. Rosan resistiu.

Você não pode tocar-me em público.

Ela enxugou as lágrimas do rosto e olhou para ele. Seus olhos vermelhos brilhavam de tristeza.

Mesmo que você tenha razão. Minha mãe é uma velha... codorna. Mas eu estou envolvido oficialmente a partir desta noite com Attakus. Spector decidiu isto ontem.

Wyll parecia triste. — Você vai se casar com ele, então?

Só a morte poderia ter me mantido livre disso. É por isso que eu estava ontem na comporta.

Wyll balançou a cabeça. E a tomou em suas mãos.

Não! Há sempre mais de uma maneira. Embora meu salário na Liga Hanseática não seja grande, mas poderia ser o suficiente para nós dois. Vamos fugir deles. Você não é arcônida. Em seu coração você é uma terrana.

Ela não sabia o que dizer. Rosan percebeu que Wyll basicamente estava certo. Mas ela duvidava que tudo fosse tão fácil.

Eu nem mesmo conheço você corretamente, Wyll Nordment. Como eu saberia se você não é um impostor?

Wyll cruzou os braços. — Então pergunte tudo o que você quer saber e eu vou lhe responder honestamente.

Ela fez uma expressão de desamparo. — Eu não posso pensar de imediato em qualquer coisa — ela confessou, e teve que rir.

Eu tenho uma ideia. Nós poderíamos praticar algo desportivo? Talvez squash de impacto ou algo parecido — ele sugeriu.

Sim, por favor — disse ela prontamente.

Ambos foram para o convés de esportes e se vestiram. Rosan usava um vestido agarrado, as suas pernas estavam livres. Wyll ficou bastante impressionado com a visão. Os dois jogaram uma variante do tênis. Quem apenas tocava brevemente e iluminava os campos com a bola, tinha pontos extras. Rosan teve muita diversão, riu muito e seus olhos brilhavam de novo de felicidade.

Após meia hora ambos estavam bastante suados. Rosan estava tentando pegar a bola, mas ela passou por cima de Wyll. Ambos perderam o equilíbrio e caíram um no outro. De repente, ela estava em seus braços. Wyll agora estava tentando beijá-la, mas um “coaxar” de uma garganta rouca fez Rosan se assustar altamente.

Era Thorina. Ambos se levantaram rapidamente.

Mãe! Este é Wyll Nordment, o primeiro-oficial a bordo da LONDON. Você se lembra? Ele foi o homem que me salvou ontem.

Wyll estendeu uma mão amigável para Thorina. Ela, por outro lado nem mesmo percebeu.

Obrigado pela salvamento da minha filha, Wyll Nordment — disse ela sem olhar para ele.

Então ela começou a examinar atentamente. Ele estava suado e não dava nenhuma impressão muito distinta.

Rosan sabia exatamente o que a sua mãe estava pensando agora. Ela parecia olhar para Wyll como se ele fosse um inseto irritante que ela realmente quisesse esmagá-lo.

Venha filha. Seu noivo Attakus está esperando por você — a velha ordenou.

Certo mãe, eu tenho que tomar apenas um chuveiro.

Os olhos de Thorina se arregalaram. — Aqui? — a sua voz tremeu.

Sim, onde mais? — disse Rosan inexpressivamente.

Em sua cabine! Aqui você não vai tomá-lo. Não num quarto úmido comum, onde já centenas de terranas ou mesmo fêmeas blues com os seus corpos sujos. Aqui certamente se pega pé de atleta!

Wyll acreditava não ter ouvido direito.

Thorina, os robôs limpam as casas de banho a cada hora — ele defendeu a instituição.

Ainda demasiado pouco, terrano — disse ela com desdém. — Venha agora, finalmente, filha. Ou devo apenas chamar o seu padrasto?

Rosan se encolheu visivelmente.

Não, por favor, não!

Ela estava com medo dele. Isso também não passou despercebido a Wyll. Rosan foi para Wyll e lhe deu a sua raquete de squash.

Obrigado pelo jogo. Significa muito para mim, se divertir uma vez corretamente — ela sussurrou.

Vejo você no jantar esta noite — ele gritou, para que Thorina ouvisse.

Sim, até então — Rosan se despediu e deixou a sala.

Capítulo 15

Conflitos

 

Os arcônidas são um grande problema! — Sam observou com amargura.

Ao lado dele, Perry Rhodan estava sentado numa poltrona. Ele dava uma impressão pensativa.

Você precisa apenas olhar os Orbanashol — continuou o somerense azul. — Spector e Thorina são uns típicos exemplos do tipo de arcônidas. Estes precisam de anos, senão décadas, para alterá-los.

Atlan está trabalhando nisso — Rhodan assegurou.

Sam assentiu. — Seus sucessos foram escassos. Ele é considerado o assassino de Theta de Ariga e o líder do IPRASA, que são vistos não como combatentes da liberdade, mas como terroristas.

Rhodan se levantou e correu em círculos. Ele olhou para o somerense. — Eu também não gosto da situação na Via Láctea. Ainda que tudo corra bem, mas eu ainda tenho as profecias de Ernst Ellert na minha cabeça.

Sam olhou para o imortal com espanto. — Que tipo de profecia?

Trata-se de uma chamada Ponte no Infinito10, que eu supostamente estou indo. Depois que eu encontrasse o povo dos galornen11 e os Baluartes Heliotianos.

Ah — fez Sam. — Então, novamente uma ordem cósmica para você?

Rhodan se sentou e recostou-se na cadeira. — É bem possível. No entanto, Ellert disse outra coisa. Se tudo viesse no momento certo, então isto seria uma bênção para a Humanidade, se demasiado cedo ou demasiado tarde, então viriam desastres e sofrimentos indizíveis para os terranos.

Sam fez uma careta. — Isso não soa particularmente reconfortante.

Se realmente vem o sofrimento humano, Daschmagan e Khan podem acabar com ele? — perguntou Rhodan.

Sam estendeu ambas as asas braços e as deixou cair molemente para a parte traseira de sua cadeira. — Eu não sei. Isto depende da força da ameaça. Mas eu vou lhe dar um bom conselho: deve haver portadores de ativador celular o suficiente na proximidade de Daschmagan se realmente há uma ameaça galáctica se aproximando.

Rhodan via isso também.

Além disso, eu ainda deveria estar preocupado com uma guerra galáctica. Quanto tempo ainda ira bem o Império de Cristal? Certamente, eu ainda tenho esperança de que isso nunca vá acontecer, mas eu não confio neste Bostich e seus Zhdopandas.

Bem, Perry Rhodan, porque você me contratou; se é que posso dizer assim. Então, eu posso tentar evitar uma guerra com a minha habilidade diplomática.

 

* * *

Eles se reuniram em suas cabines e pegaram as mãos uns dos outros. Eles se ajoelharam e formaram um círculo imaginário em espírito. Numa das cabines um homem começou a falar. Ele era seu deus, seu pai e Senhor.

E Dannos disse: — Meus filhos! Sintam o equilíbrio da energia cósmica. Não mais muito tempo, e o nosso plano perfeito será executado. Até o mais ínfimo detalhe. Então, vamos caminhar no caminho cósmico e encontrar o nosso paraíso. Ninguém vai nos deter. Nós somos uma unidade, um ser cósmico e em breve passaremos para a forma de vida definitiva. Vamos voar com esta espaçonave para a fonte de matéria e lá nos desenvolveremos num cosmocrata. Assim é o nosso destino.

Os outros rezaram com Dannos: — Todos nós. Amém, meus filhos! — o pai terminou a oração.

Eles se levantaram. Dannos estava vestido com uma túnica marrom. Em seu pescoço havia um amuleto de ouro com o pingente da galáxia. Além disso, ele usava os óculos de sol obrigatório.

Pai, é hora de nós termos as nossas armas — um de seus seguidores aconselhou.

Era Craig Anbol, um dos mercenários do Cavaleiro Prateado.

Meu irmão, você pode organizar tudo. Amanhã à noite começará o sequestro da LONDON! Vá em harmonia cósmica — o guru concluiu a sua devoção.

 

* * *

 

A sala de jantar se encheu às dezenove horas. Também a mesa do capitão estava novamente bem ocupada. A ordem dos assentos era diferente desta vez. Perry Rhodan se sentou numa ponta e Holling na outra. À direita de Rhodan estava sentada Rosan, Thorina Orbanashol, Delia Gaton, Wyll Nordment e pai Dannos. À sua esquerda se sentava Attakus, Spector Orbanashol, Arno Gaton, Jakko Mathyl e Sam.

O humor foi subjugado. Alguns olhavam Rhodan com algum respeito. Ironicamente Rosan se levantou e pronunciou um brinde.

Para o maior terrano na história da galáxia – a Perry Rhodan!

Houve um breve momento de silêncio na mesa antes que Wyll seguido por Sam Holling repetissem a fala. Finalmente, todos se levantaram e beberam a saúde de Perry Rhodan. Spector murmurou algo para si mesmo, mas foi ininteligível. A atmosfera era descontraída.

Attakus tomou a palavra: — Queremos agradecer novamente a Wyll Nordment por sua heroica ação na última noite. Sem ele para mim uma posse valiosa teria sido perdida para sempre.

Se a palavra “posse” chateou Wyll, ele não demonstrou. Ele sorriu e disse: — Foi uma honra para mim.

Bem, Perry, o que você acha da LONDON? Já houve espaçonave mais bonita na história da Liga Hanseática? — perguntou Gaton lisonjeado.

Eu diria que ela já é a espaçonave mais impressionante na história da Liga Hanseática. Você fez um bom trabalho, Arno. Espero que ela sirva ao seu propósito e seja um paraíso de prazer para todos os galácticos, seja arcônida, terrano ou blue, seja rico ou pobre — Rhodan respondeu exortando.

Gaton riu.

Claro!

Em seguida Jakko Mathyl começou uma discussão chata sobre o crescimento econômico e as vantagens de uma economia de mercado galáctico livre e não controlada.

Wyll, no entanto, não conseguia tirar seu olhar de Rosan, o que naturalmente Thorina notou.

Onde estamos exatamente agora? — perguntou Sam.

Holling tomou um gole do seu copo e o colocou de volta na mesa.

Nós passamos as Nuvens de Magalhães e agora mudamos o curso em direção a Andrômeda. Vamos chegar em cerca de dez dias — ele orgulhosamente relatou.

Pai Dannos permaneceu visivelmente silencioso.

Está tudo bem, pai? — perguntou Sam.

É claro meu irmão. Eu apenas escuto a conversa animada — o guru respondeu.

Wyll remexeu em sua comida. Attakus observou e imediatamente começou a comprometer Wyll.

A comida não está do gosto do salvador da minha cara Rosan? Ela ainda é uma especialidade terrana — ele zombou e colocou a mão sobre Rosan.

Wyll olhou para os dois. — Oh, hoje eu não estou com nenhum grande apetite — ele se desculpou.

Tio, você não acha que é hora de contar a boa notícia a todos? — perguntou Attakus.

Spector Orbanashol se levantou. — Você está certo — eles o ouviram dizer em sua voz profunda.

Ele olhou para Wyll e sorriu superior, então olhou para Rosan e Attakus. Rosan olhou para a mesa enquanto Attakus sorriu com expectativa.

Hoje eu gostaria de anunciar o noivado de Attakus e Rosan. Ambos se gostam desde a infância, agora ambos querem entrar no convênio do casamento assim que estiverem em casa novamente.

Ele pegou o copo. — A Attakus e a Rosan!

Os outros se congratularam com esta decisão e felicitaram os dois. No entanto, Rhodan estudou Rosan e Wyll. Ambos davam uma impressão infeliz. Wyll agachou-se em sua cadeira. Alguém podia ver a sua tensão interna com precisão. Rosan sorriu por aparência, quando sacudiu as mãos dos congratuladores.

Holling pegou Wyll pelo braço. — Não faça nada estupido agora, jovem! — ele advertiu.

Wyll olhou para ele. Seus olhos traíam a frustração e o desapontamento.

Eu tenho certeza de que a irmã Rosan e o irmão Attakus estarão unidos até à morte — o pai Dannos salientou estranhamente.

Attakus revirou os olhos. Ele disse suavemente, algo como “lunático”.

Sam estava menos entusiasmado, no entanto.

Incesto! — ele murmurou bruscamente para Rhodan.

Ele ergueu as mãos, apaziguando. — Estritamente falando, não. Especialmente na nobreza tem sido costume se casar com primos ou primas. Mas Rosan não está relacionada pelo sangue com os Orbanashol. É ainda melhor se você não colocasse a sua opinião diretamente no nariz dos Orbanashol.

Sam ficou em silêncio e também não felicitou. A sua postura conservadora em relação a algumas coisas pertencia aos seus caprichos. Embora Sam fosse um diplomata excepcional, mas de certa forma também bastante excêntrico.

No entanto, eu tenho uma pergunta — disse Rhodan. — É estranho quando dois Orbanashol se casam. Isto não produz nenhum benefício. O casamento com outra família, como, por exemplo, com a dos Quartamagin, seria ainda mais lucrativo para os Orbanashol.

O rosto de Thorina se contorceu numa careta de desprezo.

Spector tomou a palavra. — Attakus sempre abrigou... sentimentos fortes para com Rosan. Portanto, estou cumprindo o seu desejo. Quanto a Rosan, ela não poderia se casar com nenhum outro arcônida da alta nobreza, devido às suas anormalidades.

Attakus sorriu serenamente. — Mas Rosan vai estar bem comigo. Embora não seja tão bonita e atraente como uma arcônida, mas ela certamente tem suas qualidades em outros campos — disse ele, sorrindo sugestivamente, sabendo que feria Rosan.

Seu arcônida porco, eu vou lhe polir a cara! — Wyll gritou ao mesmo tempo.

Ele pegou a xícara de chá quente de Holling e derramou o conteúdo na cara de Attakus que gritou de dor. Então Wyll saltou sobre a mesa e pegou o Orbanashol atônito. Ele o golpeou duas vezes com o punho no rosto. O nariz de Attakus começou a sangrar.

Imediatamente, da Zhart interveio juntamente com os naats. Rhodan também segurou Nordment.

Você e a sua família inteira serão enviados de volta para o seu Bostich bastardo! Finalmente deixem Rosan em paz! Ela não quer você — Wyll rugiu para o corredor.

A capela havia deixado de tocar há muito tempo. As pessoas nas outras mesas acompanhavam horrorizadas, o que estava acontecendo.

Calma, Wyll! — Holling exigiu energicamente.

O jovem terrano, no entanto, estava completamente revoltado. Zhart e os dois naats ficaram protetoramente na frente de Attakus ferido. Dois membros do Serviço de Segurança chegaram à sala de jantar e apertaram Wyll.

Rosan foi até ele e tentou acalmá-lo.

Pare com isso, por favor. Com isto, você apenas torna tudo muito pior, por favor, Wyll — ela insistiu com ele.

Nordment finalmente parou. Ele desistiu de sua resistência.

Gaton caminhou até o primeiro-oficial. Ele estava com a cabeça vermelha brilhante. Com a voz trêmula, disse ele: — Isso vai ter uma sequela, Nordment. Em dez minutos, nós nos vemos na cabine de Holling. E agora, fora com ele!

Os guardas seguiram seu comando e levaram Wyll para fora sem a menor cerimônia.

Isto... isto... Gaton estava tentando dizer, mas as pessoas ainda estavam muito animadas.

Por favor, um pouco de paz! — Holling gritou.

As pessoas fizeram silêncio.

Obrigado... — começou o porta-voz hanseático — Eu me desculpo pelo que aconteceu. Provavelmente, uma fobia espacial.

Ele riu borbulhante. A situação era terrível e o envergonhava. Ele novamente fez um sinal para a capela e eles desempenharam um sucesso mehandor, em seguida, o porta-voz hanseático virou-se para Attakus que era tratado por um medoenfermeiro. O sangue fluía de sua narina esquerda.

Eu infinitamente sinto muito — disse Gaton tentando se desculpar.

Você, pequeno verme terrano... — Attakus começou a sibilar e afastou o medoenfermeiro.

Spector colocou o braço no ombro de Attakus.

Calma, meu rapaz! — ele o tranquilizou. Em seguida, ele virou-se para Gaton e Holling. — Este Nordment não só atacou Attakus pessoalmente e contaminou a honra da nossa família, ele também insultou nosso império e o imperador. Por isso, ele seria executado em Árcon!

Mas não estamos em Árcon — disse Perry Rhodan.

Fique quieto! — Spector rosnou para ele. — Sinto-me incomodado com a presença de um renegado. Esta viagem é muito ruim para as relações arcônidas-terranas.

Os Orbanashol se foram.

Gaton ordenou a uma ordenança para lhe trazer algo para beber. Ele esvaziou o copo num só gole. Então ele olhou para Holling.

Venha agora, comandante. Nós ainda temos que falar com alguém! — ele ordenou furiosamente.

 

* * *

 

O pai Dannos se aproximou de Rhodan. — As noites a bordo desta espaçonave sempre parecem ser particularmente interessantes. Vamos ver o que será servido no jantar amanhã a noite, meu irmão!

Rhodan olhou para ele horrorizado. Ele examinou o sacerdote, ou o que Dannos também representava; de cima para baixo. Dannos deu um sorriso estranho para o imortal.

O que quer dizer, pai — Rhodan respondeu rapidamente.

Dannos ignorou a zombaria de Rhodan. No entanto, não foi tão longe a ponto de deixar cair a máscara. Por um breve momento, Dannos acreditou se comunicar com o cosmos. De lá, ele ganhou poder. Somente um crente verdadeiro iluminado pelo Universo poderia abranger esta energia.

Poucos seres foram capazes de sentir o balanço de energia cósmica e usá-lo para próprio desenvolvimento. Em inúmeros autoexperimentos com seu irmão em espírito, Grimm T. Caphorn, ele havia tomado drogas expansoras da consciência de Apas, até que foram finalmente capazes de sentir o fluxo de equilíbrio de energia através de seu corpo. Ele lamentava que Caphorn não estivesse a bordo, mas ele tinha tomado o seu próprio caminho.

O seu plano perfeito em breve se tornaria realidade, os sectários encorajariam a si mesmos. A subida para a essência por trás das fontes de matéria estava diante deles. Dannos se sentia como Moisés. Também queria levar seu povo à terra prometida, longe da incompreensão de sua religião pelos opressores.

E também um Perry Rhodan perderia muito rapidamente seu desprezo para com os filhos da fonte de matéria. Mas o tempo ainda não estava maduro para isto. No entanto, era apenas uma questão de dias.

Dannos se despediu com as palavras: — Vão em harmonia cósmica Perry Rhodan e Sam.

 

* * *

 

Wyll foi trazido pelos dois guardas de segurança na cabine de James Holling. Cinco minutos mais tarde Gaton chegou, seguido por Holling.

Gaton sentou-se na cadeira de Holling. Ele ainda respirava pesadamente.

O que você pensa que estava fazendo, seu idiota? — perguntou ele.

Wyll olhava tristemente para o chão. — Senhor Gaton, eu lamento muito. Eu sei que basicamente agi errado.

As suas palavras eram sinceras.

Basicamente?... — Gaton zombou dele em voz alta. — Não há nenhuma desculpa! Não!

Nordment permaneceu calmo. — Eu gosto muito de Rosan. Essa é a minha única desculpa.

Gaton riu estridentemente. — Ele é louco. Temos um imbecil como primeiro-oficial!

Ele se levantou e fez um gesto descontroladamente. Holling tentou em vão acalmá-lo.

Um funcionário hanseático se apaixona por uma nobre arcônida. Que romântico! Mas totalmente fora de lugar nesta espaçonave! — o porta-voz hanseático chiou.

Isso não vai acontecer de novo!

Não, você está certo! Não vai. Você está demitido. Sumariamente demitido. Você vai viajar numa cabine da terceira classe e pessoalmente lhe aconselho a nunca deixá-la!

Wyll olhou para ele com surpresa. — Isso não pode ser verdade. Você sabe perfeitamente bem que este babaca a humilhou. James, por favor, diga a ele que eu sou um oficial capaz e você precisa de mim.

Mas o comandante apenas balançou a cabeça. — Eu avisei você, garoto! Porque eu não posso fazer mais nada.

É isso mesmo! — Gaton sustentou o julgamento.

Rudocc! — ele gritou.

Com isso, ele quis dizer o segundo oficial da LONDON.

Ele entrou na cabine.

Sim, senhor?

Holling se virou para ele. — A partir de agora você é o primeiro-oficial. Wyll foi dispensado de seu posto.

Rudocc olhou Wyll com espanto.

Mas por quê? — perguntou ele.

Eu vou explicar mais tarde, você tem as suas ordens — Holling repeliu.

Sim — respondeu o novo primeiro-oficial e deixou a cabine novamente.

 

* * *

 

Nordment foi forçado a entregar o seu traje. Ele fez isso com muita relutância, mas ele não tinha escolha. Ele foi levado de sua cabine anterior para um alojamento distante muito menos luxuoso no andar mais baixo. Este se localizava à direita próximo à sala de armazenamento para os animais de estimação dos passageiros. A cabine era de quatro por quatro metros quadrados. Uma fonte de luz pequena, uma cama, um armário e uma mesa com cadeira formava a escassa mobília. Nem mesmo uma conexão para a sintrônica de bordo estava presente.

Oh, grande — Wyll resmungou resignado, quando ele se sentou em sua cama. Ele enterrou o rosto entre as mãos. A sua carreira na Liga Hanseática estava arruinada.

Basicamente, ele amaldiçoou a sua ação irrefletida. Assim, ele não poderia ajudar Rosan também. No entanto, aos seus olhos Attakus tinha provocado a disputa. No entanto, Nordment mal podia esperar compreensão de Arno Gaton.

Ele ouviu uma batida.

Ele abriu a porta e os dois naats estavam à sua frente. Ele afastou-se automaticamente.

Atrás dos naats apareceu outra figura. Era Hermon da Zhart. Ele olhou Wyll com desprezo.

Você está finalmente onde você pertence — ele exultou com grande satisfação e continuou. Ele colocou os naats em suas “cabines” e voltou novamente. Wyll olhou para ele. Zhart parou.

Há mais alguma coisa? — perguntou ele.

Eu não desisti, você pode dizer isso aos seus senhores! — Nordment ameaçou com uma voz firme.

Eu vejo! — fez Zhart. — Será que o jovem bárbaro ainda está indócil. Quanto tempo isso vai durar? Até sua morte?

Eu não tenho medo de vocês, Orbanashol — objetou Wyll bravamente.

Zhart sorriu arrogantemente. — Mas, você deveria ter.

Capítulo 16

Os filhos da fonte de matéria

 

Era de manhã. Os passageiros se divertiam nos conveses.

A sintrônica definiu uma temperatura mais elevada, de modo que as pessoas se divertiam nas grandes piscinas. Quem não pulou na água fresca, se expôs ao sol no terraço. Especialmente, os engenheiros tinham instalado um pequeno sol artificial no zênite da cúpula. Isto funcionava basicamente como uma irradiação num solário. Só que muito mais poderosa.

Pai Dannos vestido com seu manto marrom correu ao longo do convés e cumprimentou alguns de seus filhos, como o casal Arkyls. Herban Livilan Arkyl se destacavam no bar e esfregavam a pele seca com uma toalha.

A sua Hiretta bebia um coquetel, fez uma careta e virou demonstrativamente o copo com o guarda-chuva amarelo.

Rosan Orbanashol passeava ao longo do convés. Ela também queria de bom grado mergulhar na piscina e lá se divertir. No entanto, não era permitido a ela. Uma arcônida não era autorizada a entrar em contato com as pessoas comuns. Era um tabu mostrar tanto a pele e alegria diante de raças menos privilegiadas.

Suspirando, ela se juntou aos dois hasprones e o pai Dannos. Ela pediu um rum Vurguzz. O terrano de pele escura olhou confuso para ela. Vurguzz por si só já era uma porcaria difícil. Combinado com quarenta por cento de rum, o atendente do bar suspeitava que a pálida arcônida iria inclinar-se para os sapatos.

Rosan não se importava. De preferência, ele teria se embebedado ate ficar sem sentido por causa da frustração. Mas ela sabia exatamente o que isto lhe traria nada além de problemas.

Ela forçou um sorriso para os três filhos da fonte de matéria e tomou timidamente um gole da mistura diabólica. Rosan rapidamente percebeu que provavelmente tinha exagerado um pouco e pediu ao barman para diluir a bebida.

O magro terrano balançou divertido a cabeça e derramou fora o material. Em seguida, ele misturou um coquetel Alasca Sunset para Rosan. Havia rumores não confirmados, de que um imortal, de alguma forma havia participado da invenção da bebida.

Dos alto-falantes vinha uma canção de Zodiak Goradon, um cantor conhecido desde o século 35.

Ela gostou do coquetel, logo após tomou um forte gole e depois olhou para o copo.

O pai Dannos se despediu dos Arkyls com a sua fórmula usual. O casal hasprone se virou para Rosan. Rosan olhou para eles. Afinal de contas, ela era apenas 25 centímetros mais alta do que os dois.

Este pai de vocês... o que a sua religião afirma na verdade? — Rosan perguntou com curiosidade.

Hiretta explicou para a Orbanashol a cosmovisão universal dos cidadãos do Universo. Portanto, Dannos se movia em conformidade num caminho cósmica que trazia a iluminação através de um equilíbrio da energia cósmica. Ele havia começado a se envolver em causas de caridade e assim reuniu os seus filhos da fonte de matéria. Dannos tinha a firme intenção de desafiar o modelo de casca de cebolas, enquanto ele e seus filhos fossem viajar para uma terra prometida onde poderiam fazer o seu caminho até uma superinteligência e mais tarde aos cosmocratas.

Oh — Rosan e tentou não se permitir transparecer, o quão louco ela considerava esta crença.

Herban riu. Ele ajeitou os óculos e bateu com o dedo indicador na testa.

Não é apenas sobre a fé, mas também sobre o conhecimento.

E pelo que você é responsável? — Rosan emendou.

Herban acenou com a cabeça, sorrindo. Ele ressaltou que anteriormente teria sido sintroinformático antes que tivesse conhecido Dannos. Ambos se deram bem imediatamente e juntos decidiram seguir o caminho da harmonia universal e o equilíbrio da energia cósmica.

Os hasprones eram conhecidos por seu conhecimento técnico e a sua mente analítica em toda a Via Láctea.

Você também considera Dannos como seu pai ou seu deus? — Rosan indagou.

Você sabe, houve mesmo algumas pessoas que construíram a mais complexas sintrônicas e transferiram todo o conhecimento conhecido para elas. Em seguida, elas lhe perguntaram se existia um deus. O computador disse: agora há.

Herban riu. O hasprone que geralmente agia lentamente, hoje estava de bom humor. Rosan olhou para ele sem expressão. Todos estes filhos da fonte de matéria pareciam ter um leve dano do telhado. Os Arkyls se despediram rapidamente para o alívio de Rosan.

A mestiça arcônida permaneceu e depois ponderou sobre seu envolvimento com Wyll. Naturalmente, ela também pensava nele. Foi tão romântico, quando ele fazia companhia para ela. Mas a fazia sentir culpado que ele ia ficar em apuros por causa dela.

Ela suspirou e novamente tomou um gole do coquetel.

Hey Baby! — ela ouviu alguém gritar atrás dela.

Ela se virou.

O quê? — perguntou ela, confusa.

Um homem sentou-se ao lado dela. Este era Tett Chowfor, outro dos companheiros de pai Dannos. Ele era gordo e feio. Seu cabelo era vermelho e gorduroso. A sua camisa colorida estava aberta. Rosan viu mais do que do que queria ver.

Nem mesmo como um lunático”, ela pensou irritada.

Ela tinha observado este Chowfor e a sua esposa várias vezes. Ele era um gigolô, que se levantava atrás de toda mulher. A sua esposa tinha então, obviamente, os seus problemas com ele e derramava incessantemente Vurguzz em si mesma.

Você se senta aqui sozinha, bonequinha de açúcar. Como assim?

A boca de Rosan se abriu de espanto.

Ouça-me com atenção: eu sou uma Orbanashol! Então você não fale com um arcônida, que pertence à alta nobreza. Vá escavar com qualquer outra!

Tett riu. Aparentemente ele não levava Rosan não inteiramente a sério ou tinha uma confiança infinita no seu encanto imaginário.

Ele pediu um Vurguzz duplo e esvaziou o copo num gole. Com a sua língua ele notavelmente lambeu lascivamente o lábio inferior.

Embora isto provavelmente o estimulasse, Rosan só se encheu de nojo com a visão. De repente, ele tateou a sua coxa. Rapidamente ela tentou fugir, mas ele agarrou seu braço.

Ei, pequenino! Eu sei exatamente o quanto você gostaria de ser pega por um homem de verdade como eu.

Rosan tentou libertar-se, mas ela não teve êxito.

Então boneca, em qual cabine nós queremos?

A honorável Rosan Orbanashol vai voltar para a sua própria cabine! Quanto a você, seu miserável Bras'cooi, então você vai rastejar para a sua cabine e nunca mais quero vê-lo sair novamente — alguém observou atrás dos dois.

Era Hermon da Zhart. Atrás dele estavam os dois naats.

Chowfor engoliu em seco. Ele deixou Rosan imediatamente quando os naats foram para a posição de lutadores. A mestiça arcônida estava feliz pela primeira vez que via o rosto sombrio do ex-agente de cristal. Depois, Zhart tinha mais maneiras do que aquele Chowfor.

Ei, amigos. Tudo isso foi apenas uma brincadeira. Está tudo bem — ele pediu desculpas.

Eu não o associo como um amigo. Se você mais uma vez tiver a intenção de prestar muita atenção a honorável Rosan Orbanashol, eu irei pessoalmente te prender na proa da espaçonave, mas sem traje espacial. Estamos entendidos? — Zhart respondeu calmamente e com calma.

Sim, bem, tudo bem! — Chowfor balbuciou rapidamente. Então ele se levantou para sair.

Um momento, por favor — gritou Rosan.

Chowfor olhou para ela.

O que mais?

Você poderia colocar-se na borda da piscina, por favor?

Os seguidores do pai Dannos olharam confusos para ela. Em seu rosto rechonchudo havia um grande ponto de interrogação.

Ou eu suponho que deveria lançar os dois naats em você? — perguntou provocativamente Rosan, quando ele ainda não estava atendendo seu pedido. Finalmente, ele fez o que ela pediu.

E no que deve ser bom? — perguntou ele.

Para este efeito! — disse Rosan e deu-lhe uma cotovelada.

Ele perdeu o equilíbrio e se molhou na piscina, muito para a diversão de Rosan Orbanashol.

Isso é o suficiente agora. Attakus espera por você — Zhart exigiu então.

Eles deixaram o convés junto com os naats. Chowfor saiu ofegante da piscina. Odioso, ele observou os arcônidas.

Vocês ainda vão se arrepender. Logo vocês dançarão a nossa música!

Epílogo

 

Pai Dannos olhou em volta.

O que ele viu foi a determinação. Isto o deixou orgulhoso. Seus discípulos estavam prontos para a sua tarefa cósmica. Dannos pegou o pequeno frasco de líquido azul do bolso da camisa e o abriu. Com prazer, ele bebeu a água divina.

O efeito psicodélico começou imediatamente. Com a sua visão mental, as mulheres dançavam com três seios em nuvens. Acima delas girava a roda infinita do ser. Através delas fluía a luz e a energia de todos os multiuniversos.

Dannos aceitou o equilíbrio da energia cósmica com humildade. A sua mente e seu corpo estavam fluindo através do poder do cosmos. Agora ele era invulnerável.

Ele abriu os olhos e viu seus irmãos e irmãs da fonte de matéria.

Craig Anbol destravou um radiador térmico. A conclusão do plano cosmocrata funcionava. Assim como havia previsto o Cavaleiro Prateado da galáxia Mordred, por isso entrou. O vírus sintrônico havia perturbado os sistemas de vigilância. As armas ocultas não foram descobertas. A rede de segurança da Liga Hanseática Cósmica não faria nada para se opor a vontade de deus. Deus chamou ao pai Dannos, profundamente por trás das fontes de matéria e do ser.

Dannos sorriu satisfeito. Ele abriu os braços. Seus filhos, seus irmãos e irmãs também deviam sentir a energia cósmica de seu físico. E eles fizeram isso.

Chegou a hora — o pai da fonte de matéria disse. — Nós vamos sair e proclamar a boa nova que é chamada: a LONDON agora é nossa.

FIM

 

A mais moderna espaçonave de luxo da Via Láctea ainda está em curso para Andrômeda. Perry Rhodan conseguiu ganhar o somerense Sam para Camelot. Mas uma ameaça de desastre vem dos filhos da fonte de matéria.

Os eventos subsequentes serão retratados por Nils Hirseland no Dorgon volume 5:

O RAPTO DA LONDON.

Comentário

 

Em 5 de Outubro do ano de 1285 NCG, a nossa história começa com o batismo de uma espaçonave como nunca antes construída sobre um estaleiro terrano. A LONDON, a nova espaçonave capitânia da Liga Hanseática Cósmica, devia expressar o tamanho e a reivindicação da LTL num papel de liderança na Via Láctea para todos os povos. O primeiro porta-voz hanseático Arno Gaton tinha, assim, percebido que a sua visão de uma espaçonave quebrava todas as convenções de construção espacial contra todas as probabilidades. A presente história nos leva ao meio das intrigas e lutas de poder de uma classe social que normalmente permanece em grande parte, além dos eventos descritos na primeira edição e é caracterizada pela arrogância, arrogância racial e a ganância sem limites. O rebanho de ricos e famosos segue o lema: ver e ser visto. Tudo parece correr exatamente de acordo com o script de sentimentalismo doloroso de núcleo tão popular nas redes de comunicação da Via láctea, incluindo uma história de amor choroso que parece romper as barreiras sociais.

Mas, e esta é a linha de fundo deste romance, não estamos no set de qualquer fábrica glamorosa de sabão, de produção financiada pela publicidade, mas na realidade — e, mesmo para os ricos e famosos, o século 13 do Novo Calendário Galáctico, pode ser brutal e assassino.

 

* * *

 

Com o quarto volume da nova edição da série Dorgon, a prequela do ciclo Mordred está integrada à série principal, que já depois do “Cavaleiro Prateado” Cauthon Despair, outros protagonistas mais tarde irão contemplar a luz literária do mundo. Nos dois volumes da versão original da LONDON, onde então, Nils Hirseland assinava como autor, a Humanidade entra pela primeira vez em conflito com um poder sombrio, cuja verdadeira natureza, só será esclarecida muito mais tarde gradualmente. Mas isso será objeto de volumes subsequentes da série Dorgon...

O destino da espaçonave de cruzeiro LONDON é o assunto até o volume 10, na primeira parte da saga (volumes 4 a 7) Perry Rhodan será o foco da ação, enquanto na segunda parte (Volumes 8 a 10) o “velho” almirante arcônida vai participar.

 

Jürgen Freier

GLOSSÁRIO

 

LONDON

 

A LONDON por Raimund Peter

 

A LONDON é após seu comissionamento no ano 1285 NCG, a espaçonave capitânia da Liga Hanseática Cósmica. Os estudos iniciais para a “espaçonave das Maravilhas” foram iniciados no ano 1271 NCG e levou à colocação da quilha no casco no ano 1273 NCG.

Devido ao desenho invulgar, a montagem planetária do casco não é possível, por conseguinte, a LONDON é completamente montada no estaleiro SUSSIX em órbita acima da terra.

A Liga Hanseática Cósmica supostamente teria desenvolvido o projeto completamente por conta própria. Tudo devia ser “Made in Terra” — uma afirmação, no entanto, a qual a Liga Hanseática não podia corresponder de forma alguma. Arno Gaton confiou a gestão do projeto a um consórcio sob a liderança das Indústrias Shorne, que consistia de uma variedade de empresas distribuídas em toda a Via Láctea.

Através da LONDON, a espaçonave de cruzeiro de luxo a imagem manchada da Liga Hanseática devia melhorar, como uma estratégia de marketing recém-desenvolvida, para dar glória ao antigo grupo econômico. Arno Gaton esperava que o sucesso da LONDON, catapultasse o preço das ações da Liga Hanseática nas bolsas de valores galácticas a novas alturas, e ele acabaria por ser nomeado o “Gestor do Século”.

 

Especificações

 

Comprimento: 1.600 metros

Largura: 554 metros

Altura: 787 metros

Propulsão: propulsor metagrav

Aceleração: 1.317 km/s2

Fator ultraluz: 79 milhões de anos-luz

Armamento ofensivo e defensivo: 1 canhão MHV na proa, escudo protetor paratrônico.

 

Mais dados

 

Salão Estrela: 137 metros de altura, cerca de 430 x 430 metros de largura, profundidade.

Torres: 117 metros (Torre A), 187 metros (Torre B) 217 metros (Torre C)

Tripulação: 1.200

Passageiros: 15.000

 

A tripulação da LONDON

 

Comandante: Capitão James Holling

1º oficial: Wyll Nordment (Navegação)

2º oficial: Evan Rudocc (Navegação)

3º oficial: Garl Spechdt (localização)

4º oficial: Bogo Prollig (segurança)

5º oficial: Mugaba Sparks (comunicação)

6º oficial: Hostav Tablot (médico da espaçonave)

7º oficial: High Gellar (oficial de reserva)

 

Outros tripulantes

 

Gerente de cruzeiro/ passageiro: Terna Ambyl

Designer/diretor Científico: Alex Moindrew

Chefe de segurança adjunto: Uto Lichtern

 

Projeto

 

A LONDON é uma espaçonave de cruzeiro de luxo modelado a partir dos antigos navios marítimos da Terra, do final do século 20, (ver seção seguinte). A construção segue o mesmo princípio, de acordo com o qual estes navios foram construídos:

Estrita separação entre os membros da tripulação “simples” dos passageiros ricos.

Já através da construção da espaçonave devia ser assegurado que os super-ricos poderiam se mantidos entre si. De fato, foi enfatizado na publicidade como uma característica marcante da nova espaçonave capitânia da Liga Hanseática Cósmica, que no cuidado dos passageiros “humanos” seria empregado apenas o pessoal que derivava da linhagem genética lemurense. Seres extraterrestres usados apenas para o trabalho braçal e geralmente não entravam em contato com os passageiros. Este princípio é quebrado apenas no cuidado dos seres não humanos, por exemplo, um blue no cargo de mordomo para os membros do Fórum Raglund.

Aqui, as cabines de passageiros estão localizadas acima do convés principal, enquanto a inteira tecnologia foi relegada para a “barriga” do casco. Para reforçar a impressão de “uma espaçonave estelar”, toda a área de acesso dos passageiros é protegida por um “painel de vidro” em relação ao espaço. Esta área é inundada com uma atmosfera de oxigênio, para que os passageiros possam ter a impressão de andar ao ar livre no convés sem trajes de proteção no espaço.

O salão central da espaçonave pode ser considerado a joia de toda a estrutura, que é pomposamente chamado de o “Salão Estrela”. É significativo que todos os conveses dos camarotes vêm por conta dos preços elevados exclusivamente para os passageiros ricos, comecem deste salão. Aqui é o centro cultural da espaçonave. Aqui os contatos comerciais são realizados e bilhões e bilhões de galax atravessam a Via Láctea e estão sempre em busca do planeta, onde o lucro recuperável é a mais alto.

História

 

O design da LONDON remonta às ideias que o porta-voz hanseático Arno Gaton desenvolveu durante seus estudos na Escola de Economia Intergaláctica na metrópole comercial da velha Londres na Terra. Gaton era fascinado pela elegância e o estilo dos iates antigos e os navios de cruzeiro da era pré-espacial de seu planeta natal. Ele percorria os museus de Londres no tempo livre, e começou a esboçar a sua “espaçonave dos sonhos”, uma réplica estilizada dos velhos navios. Desde que as ações do capital do pai permitiram a sua rápida ascensão dentro da hierarquia da Liga Hanseática Cósmica, ele esteve à procura de maneiras de realizar seu sonho de infância. Na pessoa do genial, mas considerado como um engenheiro totalmente excêntrico e físico Alex Moindrew, ele encontrou o engenheiro, que estava disposto a desafiar todos os princípios e experiência da moderna construção de espaçonaves. Juntamente com Moindrew, o porta-voz hanseático desenvolveu um estudo de projeto, com o qual ele procurou outros investidores na Terra, por muito tempo em vão, uma vez que o ambicioso projeto ameaçava destruir todos os orçamentos.

Só quando ele entrou em contato com o governante mashratano coronel Kerkum no ano 1272 NCG, e foi apresentado ao magnata terrano Willem Shorne durante uma “viagem de lazer” por Mashratan, a maré virou. Shorne ficou extremamente interessado no projeto e prometeu desembolsar capital de risco o suficiente para financiar o “Monumento à Genialidade Terrana”. Mas os imensos custos de desenvolvimento levaram a Liga Hanseática à beira da ruína financeira. Nesta situação, foi novamente Shorne quem salvou a cabeça de Gaton, através de suas ligações com a liderança política da LTL, no âmbito do Primeiro Terrano Medros Eavan, para quem então, explicou o projeto inteiramente novo de espaçonave de cruzeiro para o prestígio da Liga Hanseática, e através de empréstimos generosos impediu a ruína. Ele também fez campanha entre os grandes industriais que estavam perto de seu governo, para que pudessem participar financeiramente na construção da LONDON.

Com isto, a Liga Hanseática Cósmica que uma vez foi fundada por Perry Rhodan como uma garantia de unidade política e um instrumento de cooperação econômica entre os povos da Via Láctea, finalmente se tornou uma corporação puramente terrana, o que também se refletiu no fato de que a Liga Hanseática se tornou a sede do governo da LTL desde Buddcio Grigor.

Nos anos seguintes o projeto da “espaçonave sem precedentes” foi promovido com o apoio de Eavan e os círculos atrás dele empurrando, Gaton finalmente começou a sua ascensão que acabaria por terminar em sua eleição como o primeiro porta-voz da Liga Hanseática.

No ano 1285 NCG Gaton acredita na meta de seus sonhos, o sucesso do lançamento e o voo inaugural esgotado da LONDON parece cumprir todas as esperanças e levam a Liga Hanseática de volta para uma empresa respeitável e bem-sucedidas.

 

Arno Gaton

 

Arno Gaton e a sua esposa Delia por Roland Wolf

 

Arno Gaton é no ano 1285 NCG, o primeiro porta-voz da Liga Hanseática Cósmica e, portanto, o mais importante membro do conselho do grupo operacional intergaláctico. Gaton nasceu no ano 1191 NCG na Terra. Ele estudou nas melhores universidades de economia e sócio economia e graduou-se como mestre em ciências, com a sua tese de doutorado “macroeconomia galáctica — o caminho para o crescimento econômico real e aumento da prosperidade na Via Láctea”.

Após a morte de seu pai, ele herdou as ações e se tornou membro do conselho de administração como porta-voz hanseático. Gaton rastejava nos pisos altos e também não recuava diante de maquinações duvidosas. Ele foi considerado o principal responsável juntamente com o governante mashratano coronel Kerkum pela exploração econômica de planetas subdesenvolvidos. No entanto, ele sobreviveu a esta crise, graças às suas boas relações com a liderança da LTL e foi eleito o primeiro porta-voz hanseático.

A visão pessoal de Gaton era a LONDON, que foi concluída no ano 1285 NCG.

 

Attakus Orbanashol

 

Attakus Orbanashol por Roland Wolf

 

Attakus Orbanashol nasceu no ano 1255 NCG em Árcon I como um membro da nobreza arcônida. Ele tem cabelo loiro esbranquiçado, é magro e treinado, com 1,85 metro de altura.

Como um rico filho dos Orbanashol não lhe faltava nada. Ele frequentou as melhores escolas e fez amizade com os gêmeos Jenmuh. Juntamente com os Zhdopandas, Attakus gostava de todas as alegrias e as vantagens da elite arcônida. Seu principalmente interesse era ele mesmo — planadores, festas e mulheres.

Embora não lhe faltasse ofertas e oportunidades, ele se apaixonou pela enteada de seu tio Spector. Portanto, Attakus procurou contato com Spector e trabalhou como executivo na companhia de seu tio.

Attakus tem pouco interesse em política e trabalho em geral. No entanto, ele vê os arcônidas como a coroa da criação, e orgulha-se do Império de Cristal.

 

Wyll Nordment

 

Wyll Nordment por Roland Wolf

 

Nasceu no ano 1262 NCG, terrano dos (EUA), 1,75 metro, cabelo castanho semilongo, olhos azuis, volátil, mas de princípios.

Nordment estava apenas com 22 anos de idade com o comissionamento da LONDON e ainda assim ele já tinha trazido muita ambição e habilidade de treinamento para navegador. Talvez ele só tivesse o melhor professor em Holling, ponderou o plofosense com certa autoironia.

Wyll que não teve uma vida fácil em sua juventude. Ele cresceu em circunstâncias modestas e teve que lidar com a morte do pai já com 15 anos de idade. Isto dilacerou a família. Ele cresceu em circunstâncias modestas e teve que lidar já os 15 anos com a morte de seu pai. Isto tinha dilacerado a família. O contato foi interrompido com a mão dele e Wyll fez seu caminho por si mesmo como operário por dois anos em toda a LTL. Quando havia juntado dinheiro suficiente, ele se matriculou na Academia Hanseática. Lá, Holling conheceu o jovem terrano e tinha cuidado dele. Wyll era alguém que tinha uma vontade forte, e sempre alcançava algo, se necessariamente ele tinha a intenção de fazê-lo E, no entanto Nordment não era um tipo de carreirista implacável. Ele tinha um caráter forte e representava os seus princípios. E, além disso, ele era um excelente navegador e se dava bem com a tripulação.

 

James Holling

 

James Holling, capitão da LONDON por Roland Wolf

 

Plofosense de 175 anos de idade, nascido no ano 1110 NCG, se aproximando da aposentadoria, anteriormente serviu ainda na guerra de Monos na QUEEN LIBERTY como um tenente. Após se aposentar na LTL, Holling foi instrutor e comandante de diversas espaçonaves na Liga Hanseática Cósmica.

Holling é um homem amigável, idoso que está ciente de que precisa se aposentar em breve. Apesar de seu jeito agradável, ele tem algumas visões excêntricas, assim, por exemplo, que as mulheres não têm nenhum negócio para estar na ponte de uma espaçonave. As suas habilidades não estão necessariamente no campo técnico, em especial para a construção e operação de sistemas sintrônicos que ele nunca particularmente se interessou. Seu lema nisso é: a coisa principal é que elas funcionem e façam o que lhes foi dito.

1

  Nota do revisor: o holodrome é uma arena holográfico, muito comum na ficção científica, capaz de recriar quase qualquer cenário do mundo real com um realismo assustador.

2

        Nota do revisor: a Dheraam dama Zhdopanthi é a cerimônia de coroação dos imperadores de Árcon. Os membros das famílias arcônidas nobres que têm direito a sucessão do trono, mesmo que remotamente, têm o título de nobreza de Zdhopanthi. O quanto trata-se apenas de um título de nobreza é facilmente notado, uma vez que, mesmo sendo um importante empresário, Spector Orbanashol pertence apenas ao “segundo ramo” do Khasurn dos Orbanaschol, literalmente a Família de Nobres que serve os Orbanaschol tendo assim o direito de se chamarem Orbanashol.

3

  Nota do revisor: os hasprones são os habitantes do planeta Haspro. Eles se parecem com os faunos da mitologia grega, são independentes e têm o seu próprio império estelar, o Hasprotagar. Com a sua incrível capacidade lógica, esses seres peludos que são gênios matemáticos também possuem uma incrível memória fotográfica. Quando os onriones tentaram confiscar os dados do banco de dados positrônico do Galacticum, eles foram de fundamental ajuda para guardar todas as informações com as suas capacidades.

4

  Nota do revisor: expressão arcônida corresponde ao “adeus” terrano, derivada de: Fama (vida) e Gosner (bem-estar).

5

        Nota do tradutor: através da palavra Bras'cooi em Satron (Pl. Bras'cooii) os arcônidas nomeiam todos os humanoides não arcônidas. Para os não humanoides há também o nome Breheb'cooi. A partir da perspectiva de raça pura arcônida, o sistema de Árcon inclui todos os arcônidas coloniais entre os Bras'cooii. O Ministro do Escritório Colonial recebe o título Ka'Gon'thek-Bras'cooi em conformidade (PR 2239). Isto se parece com o termo Goy que os judeus usam para os não judeus.

6

        Nota do tradutor: nobre arcônida.

7

        Nota do tradutor: os arcônidas e seus ancestrais aconenses nunca admitem abertamente que descendem de colonos lemurenses que emigraram de Lêmur (Terra) há mais de cinquenta milênios. Porque se assim o fizerem, terão que admitir que são colonos terranos adaptados ao meio ambiente.

8

  Nota do revisor: um termo em Satron — uma variação do arcônida — depreciativo para deficientes.

9

        Nota do tradutor: curiosidade — seria o caso aqui de uma referência ao capitão Jean Luc Picard da espaçonave Enterprise de Jornada nas estrelas? O capitão Jean Luc só bebe o chá Earl Grey.

10

  Nota do revisor: a Ponte no Infinito é um sistema de transporte que leva a várias galáxias distantes. Rhodan e seus companheiros utilizam a Ponte e descobrem a existência da Coalizão de THOREGON, formada por várias raças no ciclo 27 – Os Tolkanders.

11

        Nota do revisor: os galornen constroem para a Coalizão de Thoregon gigantescas estações espaciais em forma de favo, os Baluartes Heliotianos, que são coletados pelos nonggo logo após sua construção. Também aparecem no ciclo 27 – Os Tolkanders.